Propostas de aumentos devem ser contidas

O governo interino já aprovou um pacote de aumentos cujo impacto foi de R$ 58 bi, o que rendeu muitas críticas

Escrito por Redação ,
Legenda: Geddel Vieira Lima, no entanto, não esclareceu se o aumento do STF que segue em análise no Senado será barrado também
Foto: Foto: Fábio RODRIGUES POZZEBOM

Brasília. O governo do presidente interino, Michel Temer, não deverá mais apoiar propostas que tratem de aumento salarial para servidores públicos. De acordo com o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), está na hora de "segurar essa questão".

"O que passou, passou. Agora é o momento de segurar um pouco essa questão de reajuste. O País precisa aprovar suas reformas estruturantes e mostrar o compromisso com o combate ao déficit público", afirmou após participar de um almoço com Temer, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e líderes partidários.

Nos últimos meses, o Congresso aprovou um pacote de reajustes para diversas categorias do funcionalismo, com impacto de R$ 58 bilhões. A medida foi criticada por diversos setores da sociedade e foi vista com desconfiança por aumentar os gastos públicos no momento em que o país enfrenta uma grave crise econômica e tem uma estimativa de deficit de R$ 170,5 bilhões para o próximo ano.

Teto do STF

O ministro, no entanto, não esclareceu se o aumento para os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), que já está sendo analisado pelo Senado, prosseguirá ou não. A proposta eleva os salários de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil, o que eleva o teto remuneratório do funcionalismo público em todo o País.

Há um mês, o governo enviou ao Congresso projetos de lei que tratam do reajuste salarial de algumas categorias como auditores e analistas da Receita Federal e da Polícia Federal. Essas matérias estão em análise na Câmara e ainda não foram deliberadas.

Votações e eleições

Durante o encontro, Temer fez um apelo aos líderes partidários para que eles mobilizem os deputados para as votações nos próximos meses.

O governo teme que, com o avanço das campanhas eleitorais em todo o País, o Congresso possa ficar esvaziado, inviabilizando a aprovação de medidas importantes, como as reformas trabalhista e previdenciária. "O presidente renovou esse pedido que ele já tem feito. Ele quer o engajamento da base para mostrar que ela está participando do governo. Precisamos dar uma demonstração clara para o país da nossa administração", disse.

Simbolismo

Após o almoço, que foi realizado na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, titular da Casa, afirmou que o encontro tem um "simbolismo".

"A gente mostrar harmonia, diálogo e, claro, discutir aquilo que está na pauta da Câmara dos Deputados. Temos muitas medidas provisórias, os destaques da renegociação das dívidas dos Estados e, depois disso, a gente entra no Pré-sal. O pedido do presidente foi para que a Câmara possa avançar nessas matérias que são muito importantes para o País", afirmou.

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