Proposta é 'para o debate', diz Meirelles a sindicalistas

Escrito por Redação ,

São Paulo. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, voltou a defender a reforma da Previdência como caminho para reequilibrar as contas públicas - fundamental para a retomada da economia - e afirmou que o governo está aberto a debater a proposta de mudanças na aposentadoria no Congresso.

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"Essa é uma proposta para início de debate e vamos debater (...) Quanto mais amplo o debate, melhor. Por isso, estou aqui", comentou o ministro durante encontro com sindicalistas no qual apresentou a matéria. De acordo com Meirelles, a equipe econômica apresentou uma proposta técnica, mas que não constitui uma imposição.

Meirelles destacou que a proposta de reforma representa o início de uma conversa "calma, tranquila e importante" com a sociedade. Também assinalou que o governo tem feito sua parte para conter a evolução das despesas públicas - citando a proposta de emenda constitucional (PEC), a ser votada no Senado, que limita os gastos públicos.

O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, defendeu ontem (6) maior diálogo em torno da reforma da Previdência e criticou a idade mínima de aposentadoria de 65 anos estabelecida na proposta encaminhada pelo governo ao Congresso.

Em encontro com Meirelles, Patah, ao citar suas críticas ao projeto, cobrou ainda, em "primeiro lugar", uma Previdência única e sem privilégios. "A unificação dos regimes previdenciários é a única questão que valorizamos e aceitamos", afirmou Patah. Ele lembrou que o encontro marca a primeira reunião da equipe econômica do governo Temer com os trabalhadores.

Nordeste prejudicado

Segundo Patah, embora a Previdência precise de ajustes, a mudança não pode se dar de forma açodada. O sindicalista pediu diálogo com a sociedade, em especial com o movimento sindical. Também frisou que a idade mínima de 65 anos prejudica populações de alguns Estados do Nordeste cuja expectativa de vida é de 67 ou 68 anos

Reforma 'exagerada'

Na segunda-feira, o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, disse que as medidas são "exageradas". Já a Central única dos Trabalhadores (CUT) afirmou que "jamais aceitará que desiguais sejam tratados de forma igual" na reforma.

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