PPP de dessalinização no Pecém duraria 20 anos

Em sua primeira conversa com a população ao vivo pelo Facebook, o governador Camilo Santana afirmou que a empresa que implantasse uma usina de dessalinização no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) atuaria por duas décadas em Parceria Público-Privada (PPP) com o Estado. Camilo também reforçou que o grande empecilho para o empreendimento ainda é o alto custo da água dessalinizada. O chefe do Executivo estadual irá utilizar o canal de comunicação todas as terças-feiras, às 13h.

"A gente está lançando agora uma PPP para a empresa que tiver interesse de produzir um metro cúbico por segundo. Para você ter uma ideia do que representa isso, Fortaleza consome sete metros cúbicos por segundo. A empresa que quer produzir essa água quer um compromisso do Estado por 20 anos. Isso sai por mais ou menos US$ 1 por metro cúbico, ou seja, mais ou menos R$ 3,20. A água que virá do Rio São Francisco (através da transposição) vai chegar por mais ou menos R$ 0,50. Veja a diferença. A gente precisa fazer as coisas com muita responsabilidade", afirmou ele. Camilo disse que espera que o custo para a produção da água através do processo fique menor com o tempo, com o avanço tecnológico, assim como ocorreu com a produção de energia solar e eólica.

A Secretaria de Cidades do Governo do Estado do Ceará já havia encaminhado ao Comitê Gestor das Parcerias Público-Privadas (PPP), da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) dois editais, um deles contemplando a elaboração do projeto de dessalinização. O governador não especificou quando será aberto o processo de seleção para a empresa que atuaria junto ao Estado no empreendimento.

Concessão e hub

Durante o bate-papo online, o governador destacou a importância do leilão que irá selecionar a empresa concessionária do Aeroporto Internacional Pinto Martins para a escolha da capital cearense para receber o hub da Latam. Além de Fortaleza, também disputam o centro de conexões aéreas Natal e Recife .

"Dia 16 de março será o leilão da concessão do aeroporto, que era uma das condições que a TAM exigia para que o hub viesse para Fortaleza. Uma era ampliação da área do aeroporto, nós conseguimos. Com relação a toda a parte de isenção fiscal nós já fizemos as leis necessárias. E a terceira condição era que o aeroporto fosse concedido para a iniciativa privada. Isso abre grandes chances para nós recebermos esse investimento", disse.

Refinaria

Camilo também reforçou que não está poupando esforços para trazer uma refinaria para o Ceará, diante da desistência da Petrobras em concretizar o projeto em 2015. "Assinamos um memorando de entendimentos com uma empresa chinesa (Guangdong Zhenrong Energy) que tem interesse de construir uma refinaria no Ceará. Depois eu estive no Irã. Estamos fazendo uma parceria do Governo do Estado, a empresa chinesa e o Irã. Isso não é uma coisa ainda certa, mas nós estamos trabalhando", explicou.

O governador disse ainda que a parceria entre os portos do Pecém e Rotterdam (Holanda), a ser firmada em março, irá abrir as portas do Ceará para novos investimentos.