Poços em Icapuí podem minimizar seca no CE

Representantes do setor se reuniram ontem para discutir métodos de combate à estiagem no Estado

Escrito por Redação ,
Legenda: Os poços podem fornecer cerca de 10 mil m³ de água por dia
Foto: Foto: Thiago Gaspar

Preocupados com um possível racionamento de água, representantes do comércio cearense discutiram ontem métodos para minimizar os efeitos decorrentes da seca no Estado. Durante a reunião, realizada pela Associação Comercial do Ceará (ACC), foi ressaltado como um método eficaz para diminuir os efeitos da falta de chuva, a utilização dos poços profundos da Petrobras em Icapuí, que segundo os comerciantes, podem ser aproveitados no local cerca de 10 mil m³ de água diariamente.

"A justificativa para a inutilização dos poços em Icapuí é que não há um reservatório que consiga armazenar todo o volume gerado", lamenta o presidente da ACC, João Porto. Ele defende que se essa água fosse fornecida ao Estado ajudaria consideravelmente no combate à estiagem. O objetivo da reunião realizada pela Associação Comercial do Ceará (ACC) foi apresentar ideias que possam diminuir o problema presente no Estado para, assim, encaminhar uma ata de reivindicações ao governador Camilo Santana.

Segundo Porto, "se houver um racionamento, todos os setores da economia serão afetados". "Abalaria todo o comércio, principalmente o de alimentação, como os restaurantes e lanchonetes", afirma, ressaltando que em muitos municípios cearenses a situação já é alarmante, visto que ainda neste mês "vão ficar sem água, como Crateús".

Conforme Porto, não há apenas um método para solucionar o problema da seca, e sim várias formas paliativas que minimizam a falta de chuvas na região. "Nós temos que ter a conjugação de todos esses esforços que estão ao nosso alcance", explica.

Chuva artificial

A geração de chuva artificial por meio de semeadores de nuvens também foi considerada pelos presentes à reunião promovida pela Associação uma boa saída para a falta de água.

O método, também conhecido como nucleação artificial, consiste na formação de chuva a partir de uma solução de cloreto de sal que é despejada nas nuvens por meio de um avião. "As novas tecnologias da chuva artificial podem aumentar em 30% a precipitação", justifica o presidente, lembrando que em 1986 esta técnica livrou São Paulo de um racionamento de água através de chuva artificial gerada por um avião da Paraíba. "Por que então não usar o mesmo método no Ceará? A semeadora de nuvens não evita uma seca, mas minimiza muito", questiona.

Conscientização

Ainda no mês de fevereiro a ACC pretende fazer uma ação ao público em geral de conscientização ao consumo de água. "As pessoas e as empresas têm que começar a se educar para preservar água, isso também é um grande método de combate à estiagem", conclui.

Na reunião estiveram presentes representantes da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos, da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), cientistas da UFC e Uece, e outros.

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