Planos de saúde coletivos têm reajustes de até 73%

Escrito por Redação ,
Legenda: Os dez maiores reajustes variaram entre 32% e 73% e atingiram 20.673 pessoas. O reajuste médio foi de 11%
Foto: FOTO: MIGUEL PORTELA

Uma análise elaborada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) sobre contratos de planos de saúde coletivos de até 30 usuários constatou que, em 91% deles, o aumento superou a inflação. No período de um ano, esta categoria de plano chegou a uma alta de 73%.

Responsável pela regulação do setor, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) argumenta que a inflação dos serviços de saúde é maior que a geral, mas se dispôs a apurar possíveis abusos pelas operadoras.

Ao todo, foram investigados pelo Idec 535 operadoras de saúde em planos com até 30 usuários, o que corresponde a 88% dos contratos de planos coletivos, entre maio do ano passado a abril deste ano.

Alcance

De acordo com as informações do estudo do instituto, em 91%, o aumento foi acima da inflação no período, medida em 6,28% pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

Os dez maiores reajustes variaram entre 32% e 73% e atingiram 20.673 pessoas. O reajuste médio foi de 11%. Conforme os dados, são 3,3 milhões de pessoas alocadas nestes planos, 8% do total atendido por planos no país. Pela legislação vigente, a ANS não deve regular a taxa de aumento dos planos coletivos, pois considera que há uma negociação entre duas empresas e não com usuários comuns.

Já os contratos com até 30 usuários têm restrições, como prazos de carência, que não precisam ser seguidas pelos coletivos empresariais.

As regras são semelhantes às de planos individuais, exceto que os últimos têm aumentos regulados pela ANS.

Nota da ANS

Em nota publicada em sua página da web, a ANS afirma que a inflação dos serviços de saúde é maior que o IPCA e por isso não nivela o reajuste por ele.

"Enquanto o índice de inflação é um índice de preços, o de planos de saúde é um índice de valor (variação da frequência de uso do serviço e dos custos em saúde e da incorporação de tecnologias)", pontua

A Agência Nacional de Saúde Suplementar garante que vai investigar situações de divergência e valores de reajustes extremos. O consumidor que se sentir prejudicado pode ligar para o Disque ANS (0800 701 9656).

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