Pecém: fábrica de elevadores pode sair em 2018

A empresa espanhola já possui uma unidade no Brasil, onde são feitas operações de venda e assistência técnica

Escrito por Redação ,
Legenda: O presidente da Coopercon-CE se reuniu ontem com o CEO da MP Elevadores para discutir a construção de uma fábrica da empresa espanhola no Ceará

Sevilha (Espanha). Foi acertado ontem, aqui, o que pode ser chamado de "passo a passo" do projeto de instalação de uma fábrica de elevadores da espanhola MP Elevadores no Complexo Portuário e Industrial do Pecém. A missão empresarial da Coopercon-CE, integrada pelo seu presidente Marcos Novaes e por seus diretores Patriolino Dias e Marcelo Romero, concluiu, após reunião com o CEO da MP, Eugenio Barroso, que, diante da crise econômica que o Brasil atravessa neste ano, a melhor alternativa para o projeto é "dar um passo de cada vez", como assinalou o executivo espanhol com a concordância do trio cearense.

Assim, o primeiro passo será dado em abril, quando a MP participará da licitação da Coopercon-CE para a compra de 150 elevadores destinados a cerca de três dezenas de suas empresas associadas; o segundo será - se a espanhola incluir-se entre as ganhadoras da concorrência - a instalação de uma unidade de prestação de serviço de assistência técnica, calcanhar de Aquiles da construção civil brasileira; o terceiro passo será a consolidação da confiança entre as duas partes, o que permitirá o investimento conjunto no desenho e na construção da fábrica de elevadores no Pecém, "algo que pode ser previsto para 2018 ou 2019", como admitiu Novaes.

Encontro

A reunião do principal executivo da Elevadores com a missão da Coopercon-CE aconteceu ontem no edifício sede da empresa espanhola. Eugenio Barroso disse que a MP tem hoje 120 mil elevadores instalados e 15 mil em manutenção em mais de 100 países do mundo. Apesar desses números, confessou que sua empresa "tem o pé no chão" e não luta pela liderança da produção ou das vendas do setor, mas pela oferta do melhor serviço de pós-venda, isto é, o de manutenção, por meio do qual conquistou a confiança do cliente final, "o usuário, aquele que aperta o botão do elevador, que o obedece".

O presidente da empresa foi bem claro: "A MP não quer ser a primeira na fabricação de elevadores, nem a campeã de vendas, mas a que oferece ao cliente e ao usuário de final dos seus produtos o mais alto de grau de satisfação". Em seguida, informou que, no País, sua empresa já criou a MP Elevadores do Brasil, por meio da qual estão sendo feitas suas operações de venda e de prestação de assistência técnica.

Insatisfação

Marcos Novaes disse, por sua vez, que as 103 associadas de sua cooperativa estão hoje insatisfeitas com o serviço de manutenção prestado pelas multinacionais de elevadores e com as quais a entidade tem contrato. O esforço da cooperativa tem sido no sentido de superar essas deficiências. Sem citar nomes, Novaes chegou a chamar de incompetentes várias fabricantes estrangeiras de elevadores, que prometeram - e não cumpriram - assistência técnica permanente e de alto padrão às empresas construtoras cearenses.

E deu um exemplo: uma empresa construtora do Ceará concluiu há mais de um mês a construção de um residencial cujos elevadores, já instalados, não funcionam. "Isso é ruim para o fabricante do elevador e mais ainda para a Coopercon-CE, que intermediou a contratação do produto e de seu serviço de assistência técnica que não existem".

Ao fim da reunião, Novaes e Barroso acertaram a continuidade dos contatos, mas reafirmando o desejo final das partes de construir no Ceará uma fábrica de elevadores.

Egídio Serpa*
Colunista

*O colunista viajou a Sevilha a convite da Coopercon-CE

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