Para Meirelles, agora, as negociações serão políticas

Escrito por Redação ,

Brasília. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, diz ter certeza de que a reforma da Previdência, aprovada na semana passada na comissão especial da Câmara, passará também pelo plenário da Casa. E afirma que não há mais espaço para mexer em nada na proposta que resulte em perda financeira para os cofres públicos.

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"Negociação política sempre existe. Você me apoia para lá, eu te apoio para cá... Mas não negociação fiscal", diz. Segundo ele, tudo que foi negociado até agora está dentro do que era esperado pelo governo, e todas as disputas em torno do projeto fazem parte da democracia. "Não há reforma sem controvérsia", afirma.

Para o ministro, "está tudo dentro do esperado". Ele defende que o debate seja realizado com a população, mas defende que as informações sejam repassadas de forma correta. "No sentido do que está em jogo hoje, não é somente a questão em que idade a pessoa vai se aposentar, mas principalmente a garantia que todos vão receber a aposentadoria", observa.

Exceções

Já sobre as mudanças feitas no projeto original encaminhado pela equipe econômica ao presidente Michel Temer e, em seguida, ao Congresso, Meirelles diz estar satisfeito com o projeto como ele está redigido atualmente, após intervenção dos deputados. "O nosso cálculo, desde o início, é que estaríamos estabilizando o relatório com cerca de 75% dos benefícios fiscais acumulados em 10 anos previstos na proposta inicial. O que é absolutamente razoável e dentro das expectativas. O número é esse. Está bastante balanceado. Eu encaro com bastante tranquilidade a proposta como está", afirma.

O ministro da Fazenda ainda observa que, para ele, não há mais espaços para negociação, ou seja, o documento cujo texto satisfaz o governo não deve ser alterado ao chegar ao plenário da Câmara para votação. "A minha expectativa é que mudanças tenham sido feitas e negociadas no período da aprovação do relatório. No plenário, a minha expectativa é que não haja muito espaço para negociação".

Sobre as críticas da oposição, de que o governo está usando de terrorismo para aprovar a reforma, Meirelles rebate: "Não é terrorismo. O que nos fazemos é deixar claro a realidade. Dizer a verdade. Não há dúvida de que a trajetória da dívida é de crescimento e que vai se estabilizar com a aprovação das reformas apenas aí por 2021, 2022".

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