País: pior novembro em 6 anos para o emprego

A Construção Civil teve o pior desempenho do mês, seguido pela Indústria de Transformação

Escrito por Redação ,
Legenda: Conforme o ministro Manoel Dias, o total de admissões no mês de novembro atingiu 1.613.006 e o de desligamentos alcançou 1.604.625
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Brasília. A geração de 8.381 postos de trabalho em novembro foi o pior desempenho do País na criação de vagas desde igual mês de 2008. Naquele mês, com a chegada da crise financeira internacional, de acordo com a série histórica sem ajuste do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o saldo foi negativo em 40.821 vagas.

Apesar disso, o Ministério do Trabalho e Emprego, responsável pela elaboração do Caged, destacou que o emprego voltou a crescer no País, uma vez que houve queda em outubro. A retomada na abertura de vagas foi puxada pelo comércio e pelo Sul do País e pode indicar um volume de desligamentos para dezembro menor que o tradicionalmente registrado.

O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, ressaltou que, em geral, novembro apresenta um saldo menor que o verificado em outubro. O total de admissões no mês de novembro atingiu 1.613.006 e o de desligamentos alcançou 1.604.625.

Acumulado

No acumulado do ano, o emprego cresceu 2,31%, representando o acréscimo de 938.043 postos de trabalho.

Nos últimos 12 meses, o aumento foi de 430.463 postos de trabalho, correspondendo a uma elevação de 1,05%.

Setores

Entre os setores econômicos o Comércio foi o grande destaque, com a criação de105.043 empregos, saldo superior ao ocorrido em novembro de 2013 e à média de 2003 a 2013 (+103.258 e +95.739 postos de trabalho, respectivamente). O setor de serviços também colaborou, depois de apresentar desempenho tênue em outubro. Foram 29,5 mil novas vagas, contra apenas 2,4 mil no mês anterior.

A Construção Civil, com -48.894 postos teve o pior desempenho do mês, seguido da Indústria da Transformação, com -43.700 postos e da Agricultura, -32.127 empregos.

Indústria

O desempenho negativo da Indústria de Transformação decorreu da queda no emprego em todos os doze ramos do setor, com quatro deles revelando melhor desempenho em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Os maiores recuos foram registrados nos seguintes ramos: Indústria Química (-8.530 postos ou queda de 0,87%, ante -9.592 postos em novembro de 2013), Indústria Têxtil (com, 7.177 postos a menos ou recuou de 0,69%, ante -7.246 postos em novembro de 2013), indústria de Produtos Alimentícios: (-6.752 postos ou -0,34%), Indústria de Calçados: (-5.057 postos ou -1,49%, ante 5.208 postos em novembro de 2013) e Indústria da Borracha: (-4.049 postos ou -1,15%).

Agricultura

Na Agricultura (-1,96%) as perdas foram por motivos sazonais. Os ramos que apresentaram as maiores quedas no emprego foram: Cultivo da cana de açúcar: com queda de 14.273 postos; Atividades de Apoio à Agricultura, com 5.414 postos a menos; e Cultivo de Uva, que registrou -4.299 postos.

Os ramos que registraram os melhores resultados no emprego foram: Produção de Sementes Certificadas: +1.412 postos e Cultivo de Frutas de Lavoura Permanente: +1.088 postos

Regiões

Em termos geográficos, o Sul do País apresentou o melhor desempenho, com 24,2 mil novos postos de trabalho. O impulso também veio do Comércio, com 20,2 mil novas vagas. O destaque do mês foi o Rio Grande do Sul, com 10,9 mil novos empregos, seguido de Santa Catarina, com 8.4 mil novos postos e do Paraná com 4,8 mil novos postos.

Depois do Sul outro desempenho positivo veio do Nordeste, com 11,2 mil novos postos de trabalho. O melhor Estado foi o Ceará, com 8 mil novos postos de trabalho. Lá também o comércio foi o principal puxador do nível de emprego. Das 27 unidades da Federação, 14 apresentaram desempenho positivo na geração de empregos. O pior Estado foi São Paulo, com 18 mil vagas a menos e desempenho puxado pela indústria.

Tendência

Os dados do Caged deverão manter em dezembro uma tendência de fraca geração de postos de trabalho, comentou Guilherme Maia, economista da Votorantim Corretora. O desempenho do indicador neste mês estará relacionado ao baixo ritmo de crescimento do País, que para ele deverá registrar alta de 0,3% neste ano. Ao retirar fatores sazonais, ele ressalta que o Caged apontou uma criação líquida de postos próxima a 10 mil no mês passado. Mas esse número ficou abaixo da queda líquida ao redor de 38 mil vagas em outubro e fechamento líquido de cerca de 15 mil postos em setembro.

Na avaliação de Guilherme Maia, os setores de serviços e comércio deverão continuar contribuindo de forma positiva para os dados do Caged em dezembro deste ano.

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