Mombaça registra 1,5 mil ativações em 45 dias

Cidades sem conexões demandaram links aos provedores, que foram ao Interior e alcançaram crescimento sem igual

Escrito por Redação ,
Legenda: Município reuniu-se na CDL local para demandar à empresa uma conexão com fibra, que atendesse às novas necessidades dos habitantes
Foto: FOTO: KID JUNIOR

Atendidas apenas por redes móveis, cabos ou rádio, as cidades sem a cobertura de fibra ótica foram as principais responsáveis pela expansão da conexão em banda larga fixa no Ceará no último ano e a adesão aos planos acontece em tempo recorde, como foi em Mombaça, onde 1,5 mil pontos de conexão foram feitos em 45 dias.

O exemplo dado pela Mob Telecom, responsável por "iluminar" a cidade, teve início em setembro do ano passado, quando o presidente da CDL de Mombaça, Antonio José Cavalcante Paulino, reuniu uma série de empresários locais e habitantes da cidade para uma reunião com a empresa. A insatisfação por não haver uma conexão de qualidade motivou a ação.

"Eu até tinha um servidor dedicado à minha empresa contratado em Fortaleza, mas era necessário ter uma conexão de qualidade na cidade, por isso nos reunimos", relembra Paulino, mais conhecido no município como Dedé do Jaguar.

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Com a demanda existente, a Mob entrou em ação e, ao sair da reunião, já possuía 350 fichas de pré-venda preenchidas. Em 45 dias após a instalação da fibra, já eram 1,5 mil clientes garantidos para a empresa. "Mombaça é o tipo da cidade que pagava, em setembro do ano passado, por 1MB cerca de R$ 80. Hoje, com a gente, ele recebe 10 MB e paga R$ 69,90. Ou seja, o preço do mega dele foi de R$ 80 para R$ 6,90", destaca o CEO da tele, Salim Bayde Neto.

Sobral

Focada especialmente no mercado corporativo, a Wirelink disse ter tido sucesso em conexões a partir da chegada, com a fibra ótica do backbone do Cinturão Digital, em Sobral. A pujança de diversos setores, entre comércio, indústria e agricultura, em uma das principais cidades do Interior Norte cearense fez com que a empresa de telecom obtivesse sucesso.

Os números da empreitada, assim como as próximas investidas, no entanto, são consideradas informações estratégicas e a empresa não pode revelar, como observa o diretor de Operação de Projetos, Felipe Abelha. Segundo ele, os planos de ampliação do atendimento acontecem "a todo momento, pois a expansão é mensal".

Estratégia de ampliação

Para mapear a chegada em alguma cidade, as três empresas que administram a fibra do Cinturão Digital revelam apenas que focam em locais onde ainda não existe oferta de fibra ótica. Apesar de terem vencido o leilão do governo estadual juntas e comporem o mesmo consórcio, Brisanet, Wirelink e Mob Telecom também são concorrentes e disputam o mercado local, tanto no varejo quanto no mercado corporativo e na venda de links aos pequenos provedores.

E todos trabalham com o diferencial de oferecer fibra ótica na porta da casa dos clientes. "O atendimento com fibra ótica, que é a tecnologia do cinturão, faz toda a diferença. Hoje, temos muitas cidades que são baseadas com rádio digital. Mas, atualmente, o atendimento via rádio aos clientes finais está em desuso, porque o rádio já não suporta as aplicações que o usuário final demanda, a quantidade de banda necessária para se atender a necessidade do usuário final", ressalta o diretor de Operações de Projetos da Wirelink.

Investimento em fibra

Para efetivar a conexão da cidade, segundo destaca o CEO da Mob, o investimento gira em torno de R$ 500 mil, com retorno medido em prazos de média ou longa duração. "Isso acontece porque não vemos a fibra ótica como um ativo retornável, por exemplo, não vale como um imóvel. Por mais que ele dure 20 anos, como é estimado atualmente, não é um ativo rentável direto", afirma Salim.

No entanto, ele aposta que 2018 deve ser um ano de expansão dos serviços de telecomunicações, principalmente, pela melhora da economia e a expertise que o cearense já possui no que diz respeito à telecomunicações.

O presidente da Brisanet, José Roberto Nogueira, explica que a chegada de fibra tem sido facilitada a partir do aumento do back bone no Estado, pois uma vez que duas cidades de porte maiores recebem a malha, as menores ao redor podem ser beneficiadas pela expansão dos pequenos e médios provedores que surgem na região. (AOL)

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