Endividamento volta a crescer em Fortaleza e chega a 68,5%

Proporção de consumidores com contas ou dívidas em atraso também aumentou, passando para 23% neste mês

Escrito por Redação ,

Atualizado às 09h52

O número de fortalezenses endividados cresceu em julho. Conforme a pesquisa da Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomércio-CE) divulgada nesta terça-feira (14), neste mês, 68,5% dos consumidores da Capital possuem algum tipo de dívida. O índice mostra que houve um crescimento do endividamento na comparação com junho, quando a taxa ficou em 65,7%.

Além do crescimento do percentual de endividados, a proporção de consumidores com contas ou dívidas em atraso aumentou 4 pontos, chegando a 23% em julho. Segundo a pesquisa, neste mês, os problemas financeiros atingiram mais as mulheres (25%) e estão distribuídos igualmente entre todos os grupos etários, concentrando-se no perfil com renda familiar inferior a cinco salários mínimos (23,8%). 

Conforme a Fecomércio, para 70,8% dos entrevistados a principal justificativa para o endividamento é o desequilíbrio financeiro, ou seja, a diferença entre o que ganham e o que gastam. O  segundo motivo mais citado é o adiamento, por conta do uso dos recursos em outras finalidades, com 21,4%, seguido da contestação da dívida (7,3%). 

Valor médio das dívidas é de R$ 1.206

O tempo médio de atraso é de 65 dias e o valor médio das dívidas está estimado em R$ 1.206. Já o prazo para pagamento dessas contas é calculado em sete meses, comprometendo 32,5% da renda familiar dos consumidores com o seu pagamento. 

Na Capital, os entrevistados mais utilizaram crédito para a compra de itens de alimentação (45,6%), eletrodomésticos (34,8%), artigos de vestuário (31,4%) e despesas de educação e saúde (22%). Já os instrumentos mais utilizados foram os cartões de crédito, citados por 79,6% dos consumidores, seguidos por financiamento bancário (veículos, imóveis etc.), com 14,9%; carnês e crediários (8,4%); e os empréstimos pessoais, com 4,7%.

Inadimplência volta a crescer entre os homens 
 
Assim como em junho, os homens, com idade acima de 35 anos (9,4%) e renda familiar superior a dez salários mínimos (9,3%), predominam o perfil dos consumidores inadimplentes. Conforme o levantamento, a taxa de inadimplência potencial, ou seja, a proporção de consumidores que não terão condições financeiras para honrar seus compromissos, teve aumento de 2,2 pontos percentuais, passando de 6,4%, em junho, para 8,6%, neste mês.
 
Segundo a Fecomércio, o crescimento da taxa de comprometimento da renda com o pagamento de dívidas e o aumento do custo de vida colabora para reduzir a capacidade de pagamento, com reflexos sobre as contas em atraso e a inadimplência.
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