Inadimplência cresce entre os homens

Segundo pesquisa da Fecomércio, 29,9% dos homens afirmam que comprometem mais a renda com dívidas

Escrito por Redação ,
Legenda: A pesquisa mostrou que 19,5% dos homens estão com contas em atraso. Foi a primeira vez, neste ano, que eles superaram as mulheres
Foto: FOTO: KLÉBER A. GONÇALVES

Os homens são os principais atingidos por problemas financeiros em junho. Os dados são da pesquisa da Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), divulgados ontem, os quais mostram que 65,7% dos fortalezenses possuem algum tipo de dívida. O resultado é menor na comparação com maio deste ano, quando o índice alcançou 69,8%, maior taxa registrada nos últimos cinco anos. Apesar da redução ante maio, o índice registrado em junho deste ano é superior ao anotado em igual mês de 2014 (60,8%).

> Apenas 37,1% pretendem comprar

Neste mês, 65,7% dos consumidores estão endividados, destes, 46,7% estão adimplentes e 19% estão com dívidas em atraso. Além disso, 6,4% dos consumidores estão inadimplentes. O perfil do consumidor inadimplente mostra preponderância do grupo de consumidores do sexo masculino (6,6%), com idade entre 25 e 34 anos (6,5%) e renda familiar inferior a cinco salários mínimos (6,6%). Conforme o levantamento, 29,9% dos homens afirmam que comprometem mais a renda com dívidas. Já 19,5% estão com dívidas ou contas em atraso, sendo a primeira vez, comparando junho, maio e abril, que o sexo masculino superou o feminino.

Para a diretora institucional da Fecomércio-CE, Cláudia Brilhante, esses dados causam preocupação. "Isso nos causa preocupação, porque é o grupo mais dependente do salário que recebe. A renda é pequena e mais pessoas dependem dele, se perder o emprego, descontrola o orçamento", explica.

Contas em atraso

A proporção dos consumidores com contas em atraso foi outro fator que também apresentou baixa neste mês, com 19%, seis pontos percentuais a menos do que em maio. A média de atraso dessas dívidas é de 57 dias e a principal justificativa é o desequilíbrio financeiro. O segundo motivo mais citado é o adiamento, por conta do uso dos recursos em outras finalidades, com 34,0%, seguido pela perda de prazo por esquecimento (6,6%).

O valor médio dessas dívidas é estimado em R$ 1.301 e o prazo médio de sete meses, comprometendo 31,8% da renda familiar dos consumidores com o seu pagamento.

Cautela

A diretoria institucional comenta que essas reduções mostram que a população está mais cautelosa ao fazer novas compras e que o cenário econômico do País está contribuindo para este freio no consumo. "Esse recuo representa que as pessoas estão mais cautelosas ao comprar e que diminuíram o consumo para tentar pagar as dívidas. O índice das dívidas em atraso está caindo porque as pessoas estão comprando mais à vista e evitando novas despesas", esclarece.

Produtos

A alimentação, com 42,3%, lidera os tipos de bens ou serviços que a população mais compra a prazo. Esta é seguida pelo vestuário (34,4%) e eletrodomésticos (30,2%). A forma dessas compras mais utilizada pelos fortalezenses foi o cartão de crédito (80,2%), seguido por financiamentos (13,5%) e empréstimo pessoal (8,6%).

Prioridade

A proporção de consumidores que não terão condições financeiras para honrar seus compromissos em junho apresentou queda de 3,1 pontos percentuais. A taxa de inadimplência potencial passou de 9,5%, em maio, para 6,4%, neste mês. Segundo a Fecomércio, o consumidor tem priorizando a compra de bens essenciais e o pagamento das dívidas, colaborando para a melhoria da qualidade do crédito.

O levantamento também revela que 81,7% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos.

Nayana Siebra
Repórter

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