Santander espalha aviso e diz prever 'cenário difícil' na economia com reeleição de Dilma

Avaliação de relatório do Banco Santander diz que a economia brasileira tem inflação alta e deficit em conta corrente e que casos podem piorar se Dilma Roussef sair vitoriosa

Escrito por Folhapress ,

Atualizada às 18h14

Os bancos Santander e Goldman Sachs enviaram relatórios nos últimos dias analisando o impacto das eleições na economia e suas consequências para os investimentos dos clientes.

No relatório, o Santander prevê uma reversão da alta recente da Bolsa e aumentos dos juros mais longos se a presidente Dilma Rousseff voltar a subir nas pesquisas e configurar sua reeleição. Na avaliação do relatório do Santander, a economia brasileira continua apresentando baixo crescimento, inflação alta e deficit em conta corrente.

"Difícil saber até quando vai durar esse cenário e qual será o desdobramento final de uma queda maior de Dilma Rousseff nas pesquisas", diz o relatório.

"Se a presidente se estabilizar ou voltar a subir nas pesquisas, um cenário de reversão pode surgir. O câmbio voltaria a se desvalorizar, juros longos retomariam alta e o índice Bovespa cairia, revertendo parte das altas recentes. Este último cenário estaria mais de acordo com a deterioração de nossos fundamentos macroeconômicos", diz o relatório.

O Santander afirmou que o relatório não reflete o posicionamento institucional do banco, e que leva em conta aspectos técnicos de projeções dos analistas.

O banco também enviou aos seus clientes de alta renda um texto afirmando que o eventual sucesso eleitoral da presidente Dilma Rousseff irá piorar a economia do Brasil. A informação foi divulgada no blog de Fernando Rodrigues.

Se reeleita, Goldman Sachs espera mudanças econômicas na equipe de Dilma

No caso do Goldman Sachs, uma eventual reeleição da presidente Dilma deverá vir acompanhada de mudanças importantes na equipe econômica, adoção de medidas impopulares como a liberação de reajuste de preços represados (como energia e gasolina) e corte nos gastos públicos.

"Após as eleições, assumindo que ocorra a reeleição, o mercado espera que a presidente Rousseff mude alguns membros importantes da equipe econômica. Com uma nova equipe e sem a preocupação eleitoral, as autoridades devem decidir fazer um ajuste fiscal moderado e coibir parte do ativismo dos bancos públicos, incluindo o BNDES. Mais adiante, deverão gradualmente permitir o reajuste de preços administrados há muito tempo congelados para evitar distorções macro e macroeconômicos adicionais", diz o relatório do Sachs.

Site de campanha de Dilma Roussef diz que banco cometeu 'terrorismo'

O site "Muda Mais", um dos meios usados na campanha da reeleição de Dilma Roussef se posicionou sobre o assunto no final da tarde desta sexta-feira (25) acusando o Santader de fazer "terrorismo econômico" contra o partido da candidata, o Partido dos Trabalhadores (PT).
 
O site diz que o posicionamento do banco Santander não tem nenhum cirtério técnico que possa comprovar o que ele dizia em nota e menciona índices da Bovespa como forma de contrariar o argumento espalhad em nota pelo banco.
 
Santander colou nota de esclarecimento no site
 
No inicio da tarde desta sexta (25) o Banco Santander colocou em seu site uma nota com um grande destaque onde pede desculpas por ter enviado o texto aos clientes. O santander alertou que o texto espalhado em nome da instituição financeira “não reflete, de forma alguma, o posicionamento da instituição” e pediu desculpas aos clientes “que possam ter interpretado a mensagem de forma diversa dessa orientação”.
Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.