Com 960 postos fechados, Ceará ficará sem combustível na próxima terça, prevê sindicato

Sindipostos estima que 60% dos estabelecimentos já não vendem mais o produto para os consumidores, por conta da crise do desabastecimento provocada pela paralisação dos caminhoneiros, que já dura seis dias

Escrito por Redação ,
Devido à paralisação nacional dos caminhoneiros, cerca de 960 postos já estão sem combustível para a venda aos consumidores no Ceará, neste sábado, no sexto dia de greve da categoria, estimou o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Ceará (Sindipostos), que alertou para o risco do colapso total do abastecimento no Estado para a próxima terça-feira (29).
 
O número de estabecimentos afetados pela crise dos combustíveis atinge cerca de 60% do total de postos registrados no sindicato (1.600). Somente na Grande Fortaleza, onde existem 450 postos, falta combustível em 250 deles.
 
"Na próxima segunda-feira, às 19h, faremos uma reunião para avaliar a situação. Na próxima terça, há o risco de chegar a 100% dos postos sem combustível", alertou o assessor econômico do Sindipostos, Antônio José Costa, no final da manhã de sábado, em entrevista ao Diário do Nordeste.
 
Na comparação com as capitais nordestinas, Fortaleza deve ser a menos afetada pela crise dos combustíveis, por ser mais curta a distância entre o Cais do Porto, de onde os caminhões-tanque saem para a distribuição do produto, e os postos. 
 
"Nas capitais do Sudeste, a situação dos postos está pior", avaliou Costa, que não dispõe ainda de uma estimativa do prejuízo para o setor nem as regiões e os municípios que mais concentram postos fechados por conta da crise.
 
A previsão do Sindipostos sobre a interrupção total da venda de combustíveis no Estado coincide com a estimativa feita pelo Sindicato das Empresas, Micro-Empresas e dos Transportadores Autônomos de Escolares do Estado do Ceará, que também alertou hoje para um possível colapso total do transporte de crianças para a próxima terça-feira, caso o abastecimento do diesel não seja normalizado até lá.
 
O movimento paredista dos caminhoneiros começou na última segunda-feira. A categoria protesta contra as sucessivas altas do preço do diesel, alegando que o aumento dos custos prejudica seus rendimentos. Em todo o País, rodovias foram bloqueadas, provocando desabastecimento de alimentos em centrais de distribuição, falta de querosene de aviação em aeroportos, além de transtornos para motoristas nas estradas, além de problemas de estoque para o comércio e a indústria.
 
O governo federal chegou, na última quinta-feira, a anunciar um acordo com algumas entidades representantivas dos caminhoneiros, propondo um período de trégua para negociar a pauta de reivindicações. O Congresso Nacional prometeu agilizar a votação de isenção tributária para o diesel, além de outros projetos que reduzem tributos para o setor de transporte. Na sexta-feira, o presidente Michel Temer anunciou o emprego das Forças federais de segurança para garantir a escolta de caminhões, em um esforço para evitar que a paralisação total da economia do País.
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