Novos desafios são impostos a sindicatos
São Paulo. O movimento sindical comemorou ontem o 1º de Maio, data ícone para as organizações de trabalhadores, tendo de rever seu papel na sociedade brasileira. A reforma trabalhista pode minar o poder de atuação dos sindicatos ao acabar com o imposto sindical.
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"O sindicalismo vai passar por um momento delicado, pois vai estar fragilizado", diz o procurador geral do Trabalho, Ronaldo Curado Fleury. Ele diz que, antes da reforma trabalhista, o governo deveria fazer uma reforma na estrutura sindical.
Na opinião do diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, desde os anos 2000 o movimento sindical não tinha esse tipo de ataque. Nos últimos anos houve redução de desemprego, ganho de renda e o Congresso não se debruçou em temas que afetavam diretamente a classe trabalhadora. Com as reformas em curso, Lúcio acredita que o movimento sindical terá de se recolocar e sair da situação de certo conforto, pois não estava sendo atacado. "O que se tem hoje é o movimento sindical se reposicionando para uma situação de desemprego crescente e ataque do Estado, por meio do governo, a um padrão civilizatório de relações sociais".