Articulação para barrar as reformas

Escrito por Redação ,

São Paulo. As tradicionais comemorações do Dia do Trabalho trouxeram mais uma mostra da postura mais agressiva das centrais sindicais em relação ao governo. Essa linha de confronto já tinha ficado clara na sexta-feira, com a convocação de uma greve geral contra as reformas trabalhista e previdenciária.

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As centrais CUT, CTB e Intersindical já começaram a discutir os próximos passos em relação às reformas propostas pelo governo. O primeiro será pressionar os senadores, tanto em Brasília quanto nas suas bases eleitorais, para barrar a reforma trabalhista, que ainda tem de passar pelo Senado. Se não for suficiente, as entidades avaliam promover uma grande marcha a Brasília e nova greve geral, desta vez com dois dias de duração.

Mas, caso as reformas não sejam derrubadas, o caminho deve ser a política eleitoral. "Se não conseguirmos (derrubar as reformas), a via é eleger em 2018 um governo que revogue as reformas", diz o diretor executivo da CUT, Julio Turra. Ele avalia que a extinção do imposto sindical não é uma ameaça real e foi incluída no texto da reforma para, depois, servir de moeda de troca na negociação com as centrais alinhadas ao governo. "O próprio Paulinho (Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical) disse que o Temer vai vetar", afirma Turra.

Mais greve

Para o Presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, este mês haverá outras greves. "Com certeza, o governo vai ficar numa posição de insustentabilidade daqui a pouco, porque a população não vai permitir que se tire direitos", diz.

Essa também é a avaliação do presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araujo. "Depois da greve, novas greves, novas lutas", afirma. Patah acredita que a reforma trabalhista não passe no Senado e deposita as fichas na posição mais equilibrada dos senadores.

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