Material escolar: compra online pode ser atrativa

A comodidade é um dos principais atrativos para pais recorrerem ao e-commerce na hora de comprar o material escolar. Evitar eventuais engarrafamentos no trânsito e lotação nas lojas físicas, sobretudo no mês de janeiro, são vantagens que vêm favorecendo as apostas dos varejistas de lojas virtuais para alavancar as vendas, embora esse hábito de consumo ainda não tenha se firmando no Nordeste.

O site Sua Lista Escolar, especializado em vendas de material escolar, está operando no período de volta às aulas pela terceira vez e vem registrando um crescimento de até 200% em vendas a cada ano, mesmo incremento já registrado nos meses de outubro e novembro deste ano em relação a igual período de 2013.

"Comprar todos os itens da lista de material escolar é um trabalho bastante cansativo. Você chega a ter 80 itens em uma lista e tem que pesquisar uma gama de itens diferentes. A compra pela internet facilita, primeiramente, porque ela te exibe todas as possibilidades sobre um determinado produto. Você tem uma noção melhor da ideia do custo benefício sem precisar sair de casa", destaca o fundador da loja, Marcelo Goberto.

Nordeste

Cerca de 50% do faturamento da empresa vem de vendas feitas ao Sudeste, quantidade bem superior à correspondente do Nordeste, de no máximo 20%. As comercializações para o Ceará constituem 10% do total da região e apenas 2% de todas as comercializações realizadas pelo site no Brasil. Segundo o empresário, a proporção vem se mantendo no mesmo patamar desde que o site entrou no ar, há dois anos. Ele atribui a pouca expressividade da fatia nordestina à cultura ainda não consolidada em adquirir material escolar pela internet e à proximidade maior entre a loja online de clientes do Sudeste, onde são ofertados prazos de entrega menores.

A participação da Região no total de comercializações de itens escolares do e-commerce da Kalunga também é pequena (3%). O gerente de e-commerce da loja, Felipe Algazi, atribui a pequena participação à recente chegada das lojas físicas ao Nordeste. No ano passado, foram abertos os primeiros estabelecimentos em Salvador e Recife. A unidade de Fortaleza, localizada no Shopping RioMar, foi aberta há pouco mais de dois meses.

As vendas de material escolar pelo site da Kalunga - que trabalha com os segmentos de informática, suprimentos de escritório e papelaria - chegam a alcançar 26% do total de comercializações no período de volta às aulas. O volume de vendas de itens desse tipo pelo comércio virtual da empresa vem crescendo a uma média de 23% ao ano.

"Na categoria de material escolar, os produtos mais vendidos são papel sulfite, canetas, cadernos, lápis grafite, agendas e, mais recentemente, pen drives. São também os mais procurados em lojas físicas", ressalta o gerente. Para o período entre janeiro e março de 2015, é esperado um crescimento de cerca de 25% em relação à 2014.

Atenção ao frete

A coordenadora institucional da associação de consumidores Proteste, Maria Inês Dolci, reconhece a facilidade de comparar vários preços pela internet. Ela destaca, contudo, que o usuário deve estar atento ao valor do frete para evitar que as compras pesem mais no bolso.

"A vantagem (da internet) é que você tem mais chances de comparação. A desvantagem é que as lojas geralmente não têm uma lista completa de materiais". "Mas isso também ocorre na loja física", avalia Dolci. A especialistas recomenda ao consumidor comparar os preços de lojas virtuais e físicas da mesma empresa, pois é possível encontrar diferenças. A quantidade de itens a ser comprada também é outro fator que deve ser pensado com cuidado pelos pais.

"Hoje, o consumidor está comprando pela internet muito produtos. É evidente que ele precisa avaliar se isso é compensador. A recomendação é verificar em casa para ver o que sobrou de material escolar do ano anterior e saber se não é possível fazer um aproveitamento. É preciso ver também se outras pessoas já compraram para se ter uma ideia dos preços e fazer comparações", acrescenta.

Protagonista

Preço e serviços conquistam consumidor

A fisioterapeuta Ana Adelaide de Lima Paraíso conta que optou neste ano por comprar os livros escolares dos três filhos pela internet por comodidade e também pelo preço.

"Peguei orçamento numa livraria física e no site livrofacilce.Com.Br e ambos apresentaram os mesmos valores. Porém, optei pela loja virtual porque eles entregam os livros em casa, encapados e com o nome. E tudo isso sem custo adicional".

Ana Adelaide de Lima Paraíso
Fisiorerapeuta

Murilo Viana
Repórter