Industriais apresentam demandas ao BNB

Em sua primeira visita à Fiec, o presidente do banco, Marcos Holanda, falou sobre o papel da indústria na economia

Escrito por Redação ,
Legenda: No que se refere à indústria, Holanda destacou que o foco das linhas de crédito do BNB é voltado, sobretudo, às micros e pequenas empresas
Foto: FOTO: GIOVANNI SANTOS

Criar um fundo garantidor de crédito para a indústria, financiar projetos para a construção de condomínios industriais e viabilizar o repasse de fundos administrados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para o desenvolvimento de pesquisa. Essas foram algumas das demandas apresentadas ontem pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) ao presidente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Marcos Holanda.

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Em sua primeira visita à sede da Fiec, Holanda disse que, apesar de estar perdendo participação na economia nacional, a indústria tem grande importância no processo de desenvolvimento do País, do Nordeste e do Ceará. Na opinião dele, as empresas do setor são fundamentais para combater a pobreza e fomentar a riqueza na região, dialogando com o papel do banco.

No que se refere à indústria, o presidente destacou que o foco das linhas de crédito do BNB é voltado, principalmente, às micros e pequenas empresas. "Temos que trabalhar para transformar o pequeno e micro em médio. A média empresa está um pouco desprotegida, órfã. Mas a indústria de médio porte também é peça chave para o desenvolvimento do Nordeste e do Estado", apontou.

Na próxima quinta-feira (18), Holanda terá uma reunião com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, para discutir uma agenda comum em favor da região. Segundo ele, a necessidade de mais incentivo às indústrias de médio porte será um dos assuntos debatidos no encontro.

"Vamos nos reunir para que BNB e BNDES percebam suas complementaridades. O BNDES tem linhas de repasse ao BNB, por isso, é importante estudarmos os potenciais reforços. Sobre a indústria, o banco vai continuar com sua função primordial, que é ofertar crédito mais atrativo. Juntos, vamos desenhar um plano de negócios para fortalecer o setor", acrescentou. Porém, Holanda não adiantou se as demandas da Fiec podem ser atendidas pelo governo federal, sobretudo em um momento de ajuste fiscal no Brasil.

Diante da necessidade de identificar os principais anseios da indústria cearense e desenhar estratégias para o segmento, o presidente da Fiec, Beto Studart, propôs a criação de um grupo de trabalho formado pela federação e pelo BNB. "Precisamos preparar também as bancadas estadual e federal no sentido de apoiar nossos projetos", declarou o líder classista.

Finor

Studart lembrou que a renegociação das dívidas ligadas ao Fundo de investimentos do Nordeste (Finor) traria um novo ânimo para a indústria e para a região. Segundo ele, o Fundo dispõe de R$ 19,7 bilhões já inadimplentes, "provisão para desvalorização de títulos".

A lista de propostas entregues a Marcos Holanda ainda conta com recomendações da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Entre elas estão: a adequação do sistema tributário brasileiro para o desenvolvimento regional; a ampliação e modernização da infraestrutura com foco nas regiões menos favorecidas; e o fomento à inovação tecnológica a partir de critérios de desenvolvimento regional.

Raone Saraiva
Repórter

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