Indústria do Brasil recua em ranking

Escrito por Redação ,
Legenda: Setor recuou duas posições na classificação das dez maiores indústrias do mundo

São Paulo. A indústria brasileira continua entre as dez maiores do mundo, mas um levantamento da United Nations Industrial Development Organization (Unido), divulgado pelo Instituto Estudo para o Desenvolvimento Industrial (IED), mostra que o País está perto de deixar esse grupo. Entre 2005 e 2016, a indústria brasileira recuou duas posições no ranking de 15 países liderado pela China, passando do 7º para o 9º lugar.

No ano de 2005, a indústria do Brasil respondia por 2,88% da indústria global. Essa fatia encolheu para 2,71% em 2010 e para 1,84% em 2016, ficando à frente do Reino Unido, também com 1,84%, Indonésia (1,83%), México (1,66%), Rússia (1,64%), Canadá (1,39%) e Espanha (1,33%).

De acordo com a Unido e o Iedi, na origem do rebaixamento do Brasil em 2016 não está só o forte crescimento da produção de outros países, mas também as dificuldades enfrentadas pela indústria nacional.

Risco

Para o economista e diretor Executivo do Iedi, Júlio Gomes de Almeida, o risco de o Brasil deixar o grupo dos dez no curto prazo é muito grande.

De acordo com ele, além das dificuldades inerentes à indústria brasileira, Reino Unido e Indonésia, que aparecem imediatamente abaixo do Brasil, estão investindo fortemente no crescimento da indústria.

O economista chama a atenção para o fato de o estudo contemplar os dados da indústria mundial de 2016. Na opinião ele, se para os brasileiros 2017 é o ano da virada na indústria, para outros países é o ano de investir mais em tecnologia.

Crise

O estudo mostra que, ainda que a crise industrial entre o ano de 2014 até o ano passado tenha sido crucial para a retração do Brasil no valor adicionado da indústria mundial, que passou de 2,88% para 1,84% de 2005 a 2016, essa é uma dinâmica que já vinha ocorrendo.

A indústria do Brasil chegou a representar 3,47% da indústria mundial no ano de 1995. "O Brasil tem se mantido entre as dez maiores indústrias do mundo desde 1970. Com a chegada da indústria 4.0 (de fábricas inteligentes) esse quadro pode mudar", avalia Almeida.

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