Inace atende à Marinha e quer apostar em iates

Escrito por Redação ,
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Visando ao segmento do lazer, indústria cearense investe em iates, que prometem lucratividade maior

Atuando em três segmentos de construção naval (de navios militares, de embarcações que atendem às plataformas de petróleo e de lazer), a Indústria Naval Cearense (Inace) assegurou o investimento no setor de iates que, segundo espera o diretor-presidente da Inace, Gil Fernandes Bezerra, torna-se o segmento mais lucrativo nos próximos anos no Estado.

"Pela lógica, a construção de navios que servem às plataformas deveria estar mais em ascensão. No entanto, o que nos ancorou bastante no mercado foi a construção de iate. Esse é o mercado que emprega mais. Não dá tanto lucro, mas é o mercado de maior contabilidade, onde estão as pessoas de destaque no mundo", avalia.

Ele afirma que a Inace é o maior estaleiro do seu porte no hemisfério sul, onde, atualmente, 1.400 homens trabalham na construção de 20 novos navios. Segundo o gerente da Divisão de Navios Militares da Inace, o engenheiro Arthur Doering, as três divisões de negócios dão ao estaleiro cearense uma gama maior de atrações e boas possibilidades de negócios com o mercado privado e a Marinha, como na última licitação lançada pela armada naval brasileira conquistada pela Inace.

Embarcação entregue

Vencedora de uma licitação no valor de R$ 90 milhões para a construção de dois navios patrulha, a Inace entregou, ontem, a segunda embarcação do contrato, o navio Macau.

"Nós desenvolvemos esse trabalho com base em um projeto francês, mas praticamente todo o trabalho foi desenvolvido pela Inace com o apoio da Marinha", esclarece o gerente de navios militares da Inace. O engenheiro ainda ressaltou a ação do estaleiro cearense na indústria naval nacional, como "o melhor estaleiro para se construir navios de guerra".

Com 500 toneladas e autonomia de operação de até 10 dias, além de armamento pesado (canhão 40mm e duas metralhadoras 20mm) e tripulação de 34 pessoas, o modelo francês foi escolhido para montar a frota de navios patrulha brasileiros por, segundo o comandante da Marinha do Brasil, Almirante-de-esquadra Júlio Soares, "ser uma embarcação que muitas marinhas do mundo possuem e por ser muito bom para patrulhar áreas de plataforma".

R$ 160 milhões

Ao todo, segundo o responsável pelo Plano de Articulação e Equipagem da Marinha (Paem), Contra-almirante Afrânio de Paiva Moreira Júnior, cerca de R$ 160 milhões foram gastos na licitação conquistada pela Inace.

A diferença entre o investido e o valor repassado ao estaleiro cearense se deve, segundo ele, por conta do armamento, que foi comprado pela Marinha e, por isso, não entrou na contabilidade do Inace.

O contra-almirante ainda informou da previsão de mais 46 novos navios patrulhas do mesmo modelo a serem incorporados pela armada naval brasileira nos próximos anos.

Dentro deste projeto, seguindo o modelo do Macaé (primeiro navio patrulha construído pela Inace para a marinha brasileira, nesta licitação) e do Macaú, mais quatro embarcações estão sendo construídas por um estaleiro fluminense, que ganhou a segunda licitação do Paem, com previsão de entrega a partir do ano de 2012.

ARMANDO DE OLIVEIRA LIMA
ESPECIAL PARA ECONOMIA
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