Estado aplicará R$ 8,7 bi para acelerar avanço econômico

Programa prevê ações em cinco eixos para melhorar o ambiente de negócios no Ceará

Escrito por Bruno Cabral - Repórter ,
Legenda: Anúncio foi feito nessa sexta-feira pelo governador Camilo Santana, durante evento realizado na sede da Federação das Indústrias do Ceará
Foto: Fotos: Helene Santos

O governador Camilo Santana apresentou nessa sexta-feira (8) um pacote de ações voltado para acelerar o crescimento da economia do Estado. Chamado de "Ceará Veloz", o programa prevê investimentos da ordem de R$ 8,7 bilhões no biênio 2017-2018, podendo gerar 524 mil novos empregos formais e informais. O Governo do Estado estima que as medidas irão injetar uma massa salarial de R$ 2,6 bilhões na economia cearense e um adicional de R$ 1,8 bilhão em tributos como Cofins, ICMS e Imposto de Importação, dentre outros impostos.

O programa prevê ações em cinco eixos voltados para melhoria do ambiente de negócios: simplificação e desburocratização, com R$ 1,2 bilhão em investimento; infraestrutura econômica (R$ 3,6 bilhões); infraestrutura social (R$ 2,9 bilhões); economia do conhecimento (R$ 843 milhões); e oportunidade de negócios (R$ 3,2 bilhões). "O Ceará Veloz foi construído dentro de alguns eixos para criar um ambiente de negócios favorável para o crescimento econômico do Ceará", disse Camilo. "Vamos criar um sistema que facilite as ações para os empreendimentos aqui no Ceará, para que haja uma infraestrutura econômica que favoreça esse crescimento".

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Durante a apresentação, o governador destacou que as medidas darão oportunidades não apenas para empreendedores cearenses e brasileiros, mas para os investidores internacionais. "Estamos investindo em duplicação de estradas, em energia, em recursos hídricos. Nenhuma empresa vai se instalar no Ceará se não houver a infraestrutura adequada e necessária", disse o governador Camilo Santana.

O documento foi assinado pelo governador e pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Beto Studart, durante almoço de confraternização da entidade. A ação conta com parceria com o Sebrae, Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), Conselho Gestor do Fundo de Inovação Tecnológica (Cogefit), Secretaria da Fazenda (Sefaz) e Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Ceará (SDE). O evento contou ainda com as presenças do presidente do Senado, Eunício Oliveira, e dos ex-governadores cearenses Lúcio Alcântara e Adauto Bezerra.

Medidas

Entre as medidas assinadas pelo governador durante o evento estão a regulamentação do Fundo de Desenvolvimento Industrial do Ceará (FDI), atualizando a política de atração de investimentos para a economia do Estado; a modificação da sistemática de tributação diferenciada relativa ao ICMS incidente sobre as operações e prestações de serviço relacionadas com a construção, instalação e funcionamento do centro de conexões de voos (hub) no Aeroporto Internacional de Fortaleza; e o calendário de ações de inovação do Inovafit, que prevê o lançamento anual de editais de inovação nos dias 25 de maio (Dia da Indústria) e 19 de outubro (Dia da Inovação).

Também foi assinado o Convênio de Cooperação Técnica e Financeira para promover estudos e pesquisas que viabilizem mapeamento das fontes energéticas, com a consolidação das informações em novo Atlas Eólico e Solar do Estado do Ceará e Termo de Liberação de Recursos que viabiliza o contrato entre Adece e Empresa Atlas Eólico Solar para elaboração do Atlas.

"Algumas ações que desburocratizam a iniciativa privada, nós reformulamos o FDI facilitando e dando mais incentivos às empresas. Outro investimento é para a inovação e tecnologia para a área industrial, Inovafit. Passamos recursos para atualizar o mapa eólico no Estado. E todas as ações focadas com a Fiec", disse Camilo. Em seu pronunciamento, o presidente da Fiec, Beto Studart, ressaltou que, atualmente, o Ceará é um espaço "diferenciado" em comparação com outras unidades da federação. "O Estado é equilibrado financeiramente e nós temos trabalhado com visão de longo prazo", disse. "Esse constante planejamento vai potencializar ainda mais os investimentos estrangeiros que têm chegado ao Ceará, atraídos por essa ambiência favorável. O fato é que os investimentos anunciados abrirão ao Ceará uma nova perspectiva em qualificação, convivência com outras culturas, educação, inovação e tecnologia". O presidente da Fiec também destacou que a parceria firmada com o Governo do Estado favorece o desenvolvimento do Ceará. "É essa abertura para a discussão de soluções em conjunto que anima a sociedade a tomar para si a tarefa de buscar resultados efetivos para nossos problemas, dentro da perspectiva de um amplo acordo social", disse Beto Studart.

PIB do Ceará

No evento, o governador anunciou o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará no terceiro trimestre deste ano, que registrou crescimento de 2,79%, superando o resultado nacional no período (1,4%). "Isso mostra a velocidade em que nós estamos. Mas ainda existem grandes desafios", disse. "Nós precisamos construir caminhos para o Ceará, com parceria, com diálogo, com uma construção coletiva, porque o que está em jogo não é o governador, não é o presidente da Fiec, não é o presidente do Senado Federal, o que está jogo são 8,6 milhões de cearenses precisam de ações e de políticas para melhorar a qualidade de vida".

O que eles pensam

Perspectivas positivas para o próximo ano

"O governo tem uma agenda de boas notícias na economia cearense. Essa reunião de hoje mostra uma ação que foi estruturada para a recuperação da nossa economia, e que já vem mostrando resultados. Mesmo com essas pressões, nós conseguimos terminar o ano investindo fortemente em educação, tanto a básica como a superior"

Maia Júnior
Secretário de Planejamento do Ceará

"O ano de 2017 está se mostrando como era esperado. E a partir do momento em que o governo começou a sinalizar que seriam aprovadas as reformas necessárias, a economia começou a dar um sinal de melhora. Infelizmente, ainda não ocorreu a principal reforma que tem que ser feita que é a da Previdência. E ela saindo vai melhorar para o Brasil"

José do Egito
Pres. Do Conselho Deliberativo da Abad

"Em 2017, nós tivemos que sair do Ceará por falta de água. Mas a expectativa para 2018 é um pouco mais otimista. A gente acredita que possa chover bem. E tendo água no Castanhão, para abastecer a indústrias, o comércio e a população, sobrando água para agropecuária, a gente tem oportunidade de gerar mais emprego e renda no Ceará"

Tom Prado
Coordenador do Grupo Técnico de Fitossanidade da CNA

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