Entusiasmo para investir está menor

Incertezas em relação ao próximo ano estão fazendo os empresários reavaliarem os planos, segundo dados da FGV

Escrito por Redação ,
Legenda: No caso do setor produtivo nacional, 41% dos empresários pretendem ampliar investimentos em 2015. Neste ano, esse percentual era de 47%

Rio. O ritmo da economia neste ano afetou o ímpeto de empresários para investir em todas as atividades da economia, mas duas com destaque: comércio e construção. As incertezas em relação a 2015 também contribuíram para que as empresas reavaliassem seus planos, segundo dados da Sondagem de Investimentos, apurada pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O comércio ainda detém liderança entre as intenções de investimento para 2015, mas a diferença em relação aos prognósticos realizados para 2014 é grande. Segundo a sondagem, 52% pretendem ampliar os gastos em investimento no ano que vem - mas, no início deste ano, essa fatia era de 63%. Ao mesmo tempo, 8% pretendem diminuir investimentos em 2015, contra 3% em 2014. Na construção, o quadro se repete. Ao todo, 34% das empresas deste segmento devem ampliar investimentos em 2015, contra 45% que pretendiam fazê-lo neste ano. Por outro lado, 21% devem diminuir os gastos no ano que vem, contra 11% em 2014.

Na indústria e nos serviços, também houve piora do quadro. No caso do setor produtivo, 41% dos empresários pretendem ampliar investimentos em 2015, de 47% neste ano. Os que devem reduzir esse tipo de gasto em 2015 são 18%, contra 19% em 2014. Entre os empresários de serviços, 45% devem elevar o volume de investimentos no ano que vem. Essa fatia era de 48% no início deste ano. No sentido contrário, 8% pretendem reduzir esses gastos, de 7% no começo de 2014.

Dúvida

"O fraco desempenho econômico atual e as incertezas em relação a 2015 se refletem nas previsões das empresas para a realização de investimentos no ano que vem", avaliou a Fundação Getúlio Vargas, em nota.

Esses números, porém, podem mudar ao longo do ano, principalmente por causa da incerteza já apontada pelos empresários. Segundo a FGV, 29% das empresas do setor de construção classificaram como "incerta" a decisão sobre seu plano de investimentos. Essa fatia foi de 26% nos serviços, 20% no comércio e de 17% na indústria. A construção também detém a menor fatia de empresários seguros sobre o plano: 22%.

O porcentual de empresas industriais que ampliaram seus investimentos em capital fixo em 2014 caiu para 38%, o menor resultado desde 2009 (28%), ano pós-crise. Em 2013, essa fatia havia sido de 40%. No sentido contrário, a parcela das que reduziram esse tipo de gasto avançou para 31% neste ano, de 25% no ano passado. Para 2015, 41% das empresas planejam ampliar seus programas de investimento, mesmo porcentual registrado em 2009 e inferior a 2014 (47%). Por outro lado, a parcela das companhias industriais que pretende reduzir os investimentos no ano que vem ficou em 18%. Essa fatia era de 19% no início de 2014.

A Sondagem de Investimentos é um levantamento estatístico trimestral que fornece sinalizações sobre o rumo dos investimentos produtivos no setor industrial. A coleta de dados para a sondagem ocorreu entre 6 de outubro e 28 de novembro. Foram ouvidas 3.866 empresas.

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