Em 2 anos, número de salas de cinema dobra na Capital

O ano de 2016 tem sido marcado pelo aperto financeiro para muitos setores da economia brasileira, apresentando queda no rendimento das empresas e indústrias. Na contramão deste cenário, o mercado de exibição de filmes no País registrou um crescimento de 10,7% no número de espectadores, e de 15,4% no faturamento, no acumulado de janeiro a setembro de 2016, ante igual período de 2015, como mostra os dados da Agência Nacional do Cinema (Ancine). A alta também é notada em Fortaleza, onde a quantidade de salas de cinema dobrou nos últimos dois anos, com a chegada de novos shoppings.

O CEO do Centerplex, Márcio Eli, explica que o mercado de cinema não sentiu a crise, devido à demanda ainda ser reprimida. "Nos últimos dois anos praticamente dobrou a capacidade do número de salas em Fortaleza, e todas as salas estão indo muito bem. O Interior também passa a ganhar novos equipamentos, mas a demanda ainda é maior que a oferta", ressaltou.

Eli explica que três fatores fizeram o setor registrar crescimento: a demanda reprimida de pessoas que ainda tem pouco acesso aos equipamentos; a grande oferta de filmes de peso internacional; e a digitalização das salas de cinemas, que resultou no aumento da exibição de filmes, em mais formatos (dublado e legendado). De acordo com o CEO, o novo sistema de projeção foi implantado em 100% das salas do Centerplex no ano passado. Antes da tecnologia, quando a exibição era em película, a empresa lançava de 50 a 60 filmes por ano, hoje passou para 80 lançamentos nacionais.

Expansão

Nos últimos dois anos, Fortaleza contou com a inauguração de vários centros comerciais, que possuem complexo de cinema, como o Shopping Riomar Fortaleza e o Grand Shopping, além da expansão do North Shopping Maracanaú e a reinauguração do Cineteatro São Luiz.

Atualmente, o Estado do Ceará conta com 86 salas de cinema, distribuídas em diversas redes: Cinépolis (15 salas), GSR (6), UCI (6), Arcoplex (7), UCI/GSR (12), Sercla (4), Centerplex (8), Multicine (5) e outros (23). O número de salas do Estado, representa 2,9% do total do País.

De acordo com Eli, a maior parte do público que frequenta o cinema é de pessoas entre 15 e 45 anos. No último ano, conta o CEO, aumentou consideravelmente a quantidade de vendas de meias entradas. "Hoje, a meia entrada representa entre 80% a 90% das nossas vendas. Existem muitas leis que ampliaram a margem da media estudantil no País", contou.

Centerplex

Apesar do crescimento de dois dígitos registrados no mercado de cinema brasileiro, o Centerplex apresentou uma alta de 4% no número de expectadores no acumulado de janeiro a agosto de 2016, ante igual período de 2015. Como estratégia, a rede realizou uma série de promoções durante este ano, para incentivar o consumo de filmes.

Hoje, o Centerplex conta com 15 salas em Fortaleza, distribuídas no Via Sul Shopping, no North Shopping Maracanaú e no Grand Shopping. A Capital cearense representa 20% do público da rede, que está em São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Alagoas, Pernambuco e Maranhão.

Estabilidade

O Centerplex não possui atualmente planos de expansão para a cidade de Fortaleza, mas a empresa está aberta a novos negócios. "Se tiver oportunidade lutaremos pelo espaço. É uma praça que representa muito pra nós", enfatizou Eli. A expectativa do CEO é que no próximo ano haja uma estabilidade nas vendas e no público, mantendo os números deste ano. "No primeiro semestre teremos grandes lançamentos, como a continuação de 50 Tons de Cinza, Velozes e Furiosos 8, Thor, Star Wars 8 e Os Vingadores, então acredito que manteremos os números positivos deste ano", cita.

País

De acordo com o último levantamento da Ancine, no período de janeiro à primeira semana de setembro deste ano foi registrado um aumento de 10,7% de espectadores. Deste total, houve alta de 52,4% na demanda de filmes nacionais, e de 5,7% em filmes estrangeiros. Em comparação com igual período do ano de 2015, o público, que era de 123,3 milhões passou para 136,6 milhões.

Já o faturamento dos complexos de cinema, aumentou em 15,4%, com alta de 44,3% nos filmes brasileiros e 12,3% nos estrangeiros. De janeiro a setembro do ano passado, o setor faturou R$1,65 bilhão, já em igual período deste ano o lucro foi de R$1,91 bilhão.