Dólar avança 1,84% com exterior e cenário político
São Paulo. Após duas quedas, o dólar voltou a fechar em alta ontem com dados da economia americana no radar dos investidores. A notícia de que o governo brasileiro deverá rever a meta fiscal de 2015 e incertezas sobre a permanência do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no cargo também pressionaram a cotação da divisa.
> Levy fica e segue 'trabalhando pelo futuro do País'
> Fitch diz não contar com CPMF
O dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, avançou 1,84%, a R$ 3,873. Na semana, houve avanço de 3,03%. Já o dólar à vista teve valorização de 0,57% no dia e de 2,29% na semana, para R$ 3,842 na venda.
A moeda americana subiu sobre 19 das 24 principais divisas emergentes do mundo ontem. Também avançou em relação ao euro, a libra e o franco suíço.
Novos dados que sinalizaram fortalecimento da economia americana voltaram a gerar expectativas sobre quando o Federal Reserve começará a subir os juros naquele país.
Embora o mercado espere um aumento apenas em 2016, membros do Fed não descartam a possibilidade de que isso ocorra ainda neste ano. Uma alta da taxa retiraria investimentos de emergentes, como o Brasil, encarecendo o dólar.
A produção industrial nos EUA recuou 0,2% em setembro embora a confiança do consumidor americano tenha subido de 87,2 no mês passado para 92,1 em outubro, segundo o indicador calculado pela Universidade de Michigan, superando as expectativas que rondavam 89.
O mercado digeriu a notícia de que governo Dilma avalia medidas que podem levar a um rombo nas contas públicas superior a R$ 60 bilhões. A promessa oficial é de que a União economize R$ 5,8 bilhões, mas já havia a expectativa de um déficit de até R$ 20,6 bilhões.
A atenção ao quadro político brasileiro e a preocupação com a demora na aprovação de novas medidas de ajuste fiscal foram reforçadas na véspera, após a agência de classificação de risco Fitch ter rebaixado a nota de crédito do Brasil a BBB-, apesar de ter mantido o selo de bom pagador do país.
O dólar comercial intensificou a alta no final da sessão ontem, após a notícia de que Levy já teria uma carta de demissão.
No mercado de juros futuros da BM&FBovespa, as taxas fecharam em alta. O DI para janeiro de 2016 subiu de 14,285% para 14,314%. Já o DI para janeiro de 2021 apontou taxa de 15,760%, ante 15,710% na sessão anterior.
Bolsa brasileira
O principal índice da Bolsa fechou o dia em alta. O Ibovespa subiu 0,16%, para 47.236 pontos. No exterior, os índices acionários europeus subiram mais de 0,5%. Em Nova York, o índice Dow Jones teve valorização de 0,43%, enquanto o Standard & Poor's 500 avançou 0,46% e o Nasdaq subiu 0,34%.
As ações preferenciais da Petrobras, mais negociadas e sem direito a voto, recuaram 0,63%, para R$ 7,95. Já as ordinárias, com direito a voto, subiram 0,41%, para R$ 9,70. O papel preferencial da Vale cedeu 1,56%, para R$ 15,19, enquanto o ordinário teve perda de 2,90%, a R$ 18,42.