Déficit primário é o pior para o mês

Escrito por Redação ,

Brasília. O setor público (União, estados e municípios) registrou déficit primário (receitas menos despesas antes do pagamento dos juros da dívida) de R$ 23,5 bilhões em fevereiro, o pior resultado para o mês desde 2001, quando começa a série histórica, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central nessa sexta-feira (31).

Na comparação com fevereiro de 2016, houve uma alta de 1,8% do déficit. Influenciado pelo superávit registrado em janeiro, de R$ 36,7 bilhões, o resultado acumulado no ano foi positivo em R$ 13,2 bilhões - mais do que o dobro do resultado positivo do mesmo período do ano passado, de R$ 4,9 bilhões. No acumulado de 12 meses encerrados em fevereiro, as contas do setor público mostraram déficit de R$ 147,4 bilhões, ou 2,34% do PIB (Produto Interno Bruto).

A meta fixada na lei orçamentária para este ano é de um déficit de R$ 143,1 bilhões para o setor público. A Previdência teve um rombo de R$ 13,5 bilhões no mês passado, ante os R$ 10,2 bilhões de resultado negativo registrado em fevereiro de 2016.

Estados têm melhora

O chefe-adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, nota que o aumento do superávit primário dos estados no início de 2017 não pode ser encarado como melhora da situação fiscal das Unidades da Federação.

Segundo ele, há fatores sazonais que explicam a melhora e o BC mantém a previsão de que os governos regionais terminarão o ano com déficit primário de R$ 1,1 bilhão em 2017.

Os estados acumularam no primeiro bimestre superávit primário de R$ 12,970 bilhões em 2017 - o equivalente a 1,27% do PIB. O número mostra aumento de 52,4% na comparação com igual período do ano passado, quando o superávit primário somou R$ 8,510 bilhões - 0,87% do PIB. Rocha explicou que esse aumento do resultado fiscal dos Estados é resultado do crescimento real da arrecadação com o ICMS e aumento de 12,5% nas transferências da União para governos regionais.

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