Decon quer campanha contra preços diferentes

Infelizmente, a divergência de preços é um erro de operação comum em supermercados brasileiros, deixando os consumidores sujeitos a comprar "gato por lebre". Embora esteja previsto no Código de Defesa do Consumidor (CDC) que o cliente tem o direito de pagar o menor valor ao identificar o problema, nem sempre quem está sendo atendido no caixa fica atento às informações na tela do computador.

Para estimular os cearenses a comparar os valores dos produtos na gôndola e no caixa e evitar possíveis prejuízos, o Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Decon-CE) pretende lançar a campanha "De Olho no Preço", em parceria com o Ministério Público do Estado do Ceará (MP/CE) e com a Associação Cearense de Supermercados (Acesu).

Fiscalização

"Queremos que os consumidores também sejam nossos fiscais. Com a campanha, havendo divergência, o cliente terá o direito de levar o produto de graça. Para isso, precisamos fazer um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) de natureza educativa com a Acesu", adianta a secretária executiva do Decon-CE, Ann Celly Sampaio Cavalcante, lembrando que o projeto já existe no Rio de Janeiro.

Validade

A ideia é fazer com que a ação tenha o mesmo impacto da campanha "De Olho na Validade", lançada em dezembro de 2013 no Ceará, para otimizar a troca de produtos com validade vencida, além de educar o consumidor sobre seus direitos e melhorar os serviços do setor. "É crime vender mercadorias impróprias para o consumo, cujos prazos de validade estejam vencidos", reforça Ann Celly.

Atualmente, são 25 supermercados participantes, totalizando 134 lojas. De acordo com os termos da campanha, o cliente que encontrar qualquer produto vencido, antes de passar pelo caixa, receberá gratuitamente o mesmo produto dentro da validade.

Identificação

Os estabelecimentos são identificados por meio de cartazes e do material de comunicação contendo o regulamento da campanha. Para a Acesu, "a proposta traz muitos benefícios não só para o nosso consumidor, mas para o próprio estabelecimento, que passa a ter maior diálogo com seus clientes, além de ser um mecanismo para qualificar ainda mais o atendimento das lojas cearenses".

Software diminui tamanho da fila

Você gostaria de chegar ao caixa com todos os itens de seu carrinho registrados, precisando apenas apresentar ao funcionário um cartão e pagar a conta? Para atender a uma demanda do varejo no sentido de agilizar o check-out dos supermercados, empresas brasileiras vêm criando softwares que ajudam a reduzir as indesejáveis filas nas lojas, muitas vezes responsáveis por fazer os clientes desistir da compra.

Uma dessas soluções é o Papa Fila, tecnologia já apresentada pelas empresas desenvolvedoras de softwares Toledo e Concinco. Em fevereiro deste ano, foi a vez da Totvs lançar a ferramenta, resultado de um trabalho que integra periféricos bastante utilizados no varejo: leitores de código de barras e equipamentos de frente de caixa.

Como funciona

O Papa Fila funciona da seguinte maneira: um atendente usa o leitor de código de barras para registrar cada produto, enquanto o cliente aguarda na fila. Os dados ficam armazenados em um cartão. No caixa, o consumidor apresenta o cartão ao operador. O sistema lê o dispositivo, carrega todas as informações sobre a compra e soma os valores. Depois, é só fazer o pagamento.
“A gente tem percebido que a demanda por softwares dessa natureza no comércio brasileiro, notadamente nos supermercados, vem crescendo bastante. A implantação do sistema é simples e relativamente barato. As filas andam duas vezes mais rápido”, garante André Veiga, diretor do segmento de Varejo da Totvs. Ele ainda acrescentou que o sistema desenvolvido pela empresa na qual trabalha já foi implantado com sucesso no Estado do Espírito Santo.

Eficaz em grandes volumes

Questionado se a solução também é eficaz para compras em grande volume, quando o carrinho do cliente está cheio de produtos, Veiga afirma que não há nenhuma dificuldade. Isso porque o atendente pode embalar as mercadorias à medida que faz a leitura dos códigos, colocando-as em outro carrinho.

“Os lojistas costumam apresentar dúvidas em relação a isso, mas o processo é bem simples. Os coletores de dados são muito parecidos com os scanners móveis utilizados pelo ‘atacarejo’. Vale lembrar que o Papa Fila é ideal para ser usado nos momentos de pico da loja, quando aumentam o número de clientes”, explica o gestor. O Papa Fila não gera custos com treinamento, uma vez que a operação é semelhante à do caixa, e não implica em modificações no espaço físico do comércio, pois os equipamentos são portáteis.

Gerenciamento é modernizado

O bom atendimento no varejo não se resume apenas ao funcionário que trata bem o cliente. Em um supermercado, não adianta o consumidor ter à disposição atendentes educados e simpáticos se encontrar uma loja suja e com gôndolas desorganizadas, por exemplo.

Para evitar problemas dessa natureza, a rede cearense Cometa Supermercados vem apostando em soluções que tornam os processos de gerenciamento mais práticos, com a ajuda de aparelhos móveis.

Neste mês, a empresa inovou ao disponibilizar a seus quatro supervisores tablet's que estão sendo conectados às novas câmeras de segurança das 12 lojas da rede, em Fortaleza.

Com o recurso, eles conseguem passear virtualmente por todos os setores das unidades e trocar informações entre si, quando é necessário.

Foco no bom funcionamento

"O foco é no bom funcionamento das lojas e no bem-estar do cliente. Muitas vezes, o consumidor vai ao supermercado e se depara com prateleiras onde os produtos estão misturados, com objetos no meio dos corredores atrapalhando a passagem e até com clientes que não prestam o devido atendimento. Com os tablet's, ampliamos o monitoramento para evitar essas falhas", observa o gerente de Tecnologia da Informação do Cometa Supermercados, Clébio Almeida.

Ele informa que a tecnologia, desenvolvida pela Intelbras e fornecida pela Digital Segurança, também está sendo utilizada pela equipe de prevenção de perdas, até mesmo para evitar possíveis constrangimentos aos clientes. O projeto deverá ser concluído em toda a rede até o próximo dia 30, depois de amanhã.

"Acho que iniciativas como essa mostram que a empresa não está preocupada só em vender os produtos, mas também com o nosso bem-estar", comenta a dona de casa Célia Viana.

Mobilidade

Até o fim deste ano, o Cometa Supermercados pretende finalizar a implantação de outro projeto ligado a soluções para a mobilidade das operações nas lojas, com o auxílio da tecnologia de radiofrequência (RF).

Trata-se do sistema Acrux RF, desenvolvido pela Consinco, fornecedora brasileira de softwares de gestão corporativa para varejistas e atacadistas.

A solução traz vários recursos, como conferência de preços, inventários, conferência e reconferência de recebimentos, geração de pedidos de venda, conferência de expedição, movimentação de estoques, transferência entre locais, registro de devolução a fornecedores, conferência de planogramas e endereçamento e pesquisa a concorrentes.

FIQUE POR DENTRO

Novo código de barras facilita identificação

Desde 2010, a Associação Brasileira de Automação (GS1 Brasil) vem disseminando o código GS1 DataBar para que a tecnologia possa ser adotada por toda a cadeia de abastecimento. Na operação de caixa, por exemplo, pode-se ter o controle da data de validade de produtos perecíveis e evitar a venda ao consumidor, caso ainda não tenham sido recolhidos da gôndola. Os símbolos são capazes de carregar mais informações do que o código de barras EAN/UPC. Por isso, possibilitam a codificação de mercadorias em diversos segmentos. Os itens de frutas legumes e vegetais e os de pesos variáveis (carne, aves, peixes, padaria, embutidos e frios) podem ser beneficiados, com a identificação dos produtos desde a origem.

(RS)