Consolidar o Cipp trará novo fôlego

Complexo é principal 'arma' do Estado para atrair grandes e novos empreendimentos e incrementar economia

Escrito por Redação ,
Legenda: Porto do Pecém surge como atrativo por ser um dos principais da região Nordeste

Consolidar o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) deverá ser uma das grandes preocupações do Governo do Estado para que a economia local possa ser incrementada e levada a um novo patamar. Isso envolverá não somente a aplicação dos investimentos necessários em infraestrutura na região, tanto para a instalação dos empreendimentos como para o escoamento da produção pelo porto, mas também a escolha e prospecção dos novos investimentos que deverão aportar na localidade.

Já no ano que vem, primeiro da nova gestão, entrará em operação o maior empreendimento em instalação no Cipp, que é também o maior investimento privado em curso no Brasil: a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). Quando começar a operar, a CSP deverá impactar em 12% o PIB do Ceará, marcando um novo momento industrial no Estado. Juntamente com ela, está em instalação, em Caucaia, a Siderúrgica Latino-Americana (Silat), que é uma indústria laminadora, ou seja, beneficia o aço, produto final da CSP. Além desta, também deverá ser iniciada no ano que vem outra laminadora, numa joint venture entre a Aço Cearense e a Posco (uma das sócias sul-coreanas da CSP).

Com estes empreendimentos, espera-se a concretização de um polo metal mecânico no Ceará. O passo seguinte, que seria a instalação de uma indústria montadora de veículos no Estado, foi objeto de diversas viagens de prospecção do atual governador Cid Gomes. O trabalho agora fica para Camilo Santana.

A CSP é a primeira indústria da Zona de Processamento de Exportação do Pecém, a denominada ZPE Ceará, que também já tem confirmados os investimentos da Vale Pecém e da White Martins. A ZPE, quando em pleno funcionamento, deverá multiplicar a atual exportação do Ceará, gerando, assim, mais divisas por meios de impostos. "A fatia do Ceará nas exportações brasileiras historicamente é pequena, tendo declinado de 1,04% em 2003 para 0,59% em 2013.

Problemas de produtividade e competitividade tem impactado o comércio exterior brasileiro e cearense. A expectativa é que, com o efetivo funcionamento e desenvolvimento da Zona de Processamento de Exportação (ZPE), as exportações do Ceará saltem para um patamar superior", destaca o economista Ricardo Eleutério.

A sonhada refinaria

O maior empreendimento previsto para o Cipp, contudo, é a refinaria Premium II, que ainda não teve suas obras iniciadas. Sonhado desde a época de Virgílio Távora, a usina foi prometida também pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas até agora a obra não deslanchou e há especulações de que o projeto, já por diversas vezes adiado, será mais uma vez postergado. A previsão, até o momento, é de que as operações da refinaria sejam iniciadas em 2019.

As ações que couberam ao Estado para que a refinaria fosse construída já estão, quase todas, concluídas ou iniciadas. O novo governador, que, espera-se, tenha uma relação próxima com a presidenta Dilma Rousseff, deverá cobrar a promessa.

O cronograma até então apresentado previa que as obras fossem iniciadas no primeiro trimestre do ano que vem, mas, para que isso ocorra, a Petrobras deverá ainda realizar os pacotes de licitação da usina. "Um novo adiamento na refinaria seria lamentável. Seria uma pá de cal sobre a perspectiva de um crescimento na economia cearense com a construção da usina e, em mais longo prazo, a instalação de um polo petroquímico ", afirma o presidente do Conselho Temático de Economia, Finanças e Tributação (Cofin), da Fiec, Fernando Castelo Branco. (SS)

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.