Coelce tem baixo nível de quedas de energia

Apesar da avaliação positiva, a Coelce ainda recebeu 5.987 queixas de usuários, na Arce, no ano passado

Escrito por Redação ,
Legenda: A Aneel ainda não divulgou o ranking do desempenho global de continuidade do serviço do ano passado. Em 2013, a Coelce alcançou a primeira colocação na lista entre as grandes companhias distribuidoras do País

A Companhia Energética do Ceará (Coelce) obteve avaliação positiva da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em relação à qualidade dos serviços de fornecimento de eletricidade prestados no Estado, no ano passado. Os dados preliminares dos chamados indicadores de continuidade coletivos de 2014, divulgados ontem, pela agência, mostram que a concessionária cearense cumpriu as metas estabelecidas em relação aos limites de interrupções no fornecimento.

O primeiro desses indicadores é a Duração Equivalente de Interrupção por unidade consumidora, denominado de DEC, que é medido em horas. De acordo com a Aneel, cada unidade consumidora atendida pela Coelce passou, em média, 9 horas e 31 minutos sem energia elétrica, durante todo o ano passado, por falhas da companhia. O DEC limite estabelecido para o ano de 2014 havia sido de 13 horas e 11 minutos.

O segundo indicador é a Frequência Equivalente de Interrupção, o FEC, que é medido por número de vezes. Neste caso, a cliente cearense teve seu fornecimento de energia interrompido pela Coelce, em média, quatro vezes, durante o ano (o índice foi de 4,65). O número foi inferior à metade do limite estabelecido, que era de 10,24 vezes, por unidade consumidora, para 2014.

Automação

A Aneel ainda não divulgou o ranking do desempenho global de continuidade do serviço do ano passado. Em 2013, a Coelce alcançou a primeira colocação na lista entre as grandes companhias distribuidoras do País, mesma posição obtida em 2011. Em 2012, ficou em segundo lugar, superada pela Companhia de Luz e Força Santa Cruz (CLFSC).

Em nota, a Coelce comemora ter alcançado "um dos melhores índices de qualidade de serviço entre as distribuidoras de energia elétrica do país". A companhia explica que, entre as principais ações tomadas para a melhoria dos serviços prestados, está a construção e reforma de subestações automatizadas. "Em 2014, foram construídas as subestações do Centro, do Eusébio e da Macaoca, no município de Madalena. Atualmente, a companhia opera 108 subestações por todo o Estado.

Investimentos

Além disso, são 4.990 quilômetros (Km) de linhas de alta tensão, 82.244 km de média tensão e 48.951 km de baixa tensão. A companhia também realizou a aquisição de equipamentos novos e mais modernos e manteve o plano anual de inspeções e manutenções", detalhou. A empresa informou que investiu, em 2014, um montante de R$ 274,8 milhões. "Cerca de 52% dos investimentos em 2014 foram destinados à conexão de novos clientes", acrescentou a companhia.

Maus desempenhos

Entretanto, nem todas as distribuidoras tiveram desempenho positivo como a Coelce. A Aneel apontou que 16 concessionárias não cumpriram seus limites regulatórios: AES Eletropaulo (SP), AES-Sul (RS), Amazonas Energia (AM), Ampla (RJ), Cea (AP), Ceal (AL), Ceb (DF), CEEE-D, Celg (GO), Celpe (PE), Cepisa (PI), Ceron (RO), Cerr (RR), Coelba (BA), Eletroacre (AC) e Light (RJ).

A diretoria da agência realizou uma série de reuniões com estas empresas, encerrada na última sexta-feira, na qual tratou de medidas de aprimoramento do serviço prestado elas. Os dirigentes das 16 empresas se reuniram com diretores, assessores e técnicos da Aneel para discutir o diagnóstico feito pela Agência e o desenvolvimento de ações para tentar reverter o quadro.

Nessas reuniões, a Aneel apresentou dados por meio dos quais se verificou a situação da qualidade dos serviços dessas distribuidoras, nos últimos anos, destacando-se entre eles os números relativos a reclamações feitas na Central de Teleatendimento da Agência, indicadores de continuidade e Índice Aneel de Satisfação do Consumidor (IASC).

"O documento, a ser submetido à Aneel em até 60 dias, deve trazer um conjunto de ações para adequar os indicadores de qualidade dos serviços das distribuidoras no prazo de 24 meses.

O Plano não introduzirá nenhuma obrigação nova à concessionária nem se trata de regime excepcional regulatório ou de sanções. É uma oportunidade para que as empresas alinhem sua gestão à prestação de um serviço adequado", informou a Aneel, em nota enviada por sua assessoria de imprensa.

Apesar dos avanços, a Coelce ainda foi "alvo" de 5.987 reclamações feitas por usuários à Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Ceará (Arce), em 2014.

Sérgio de Sousa
Repórter

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