CE perde 7,4 mil vagas; 3º pior saldo do País

Baixa é um pouco menor que a registrada no início de 2016, quando foram fechados 8,1 mil postos de trabalho

Escrito por Murilo Viana - Repórter ,
Legenda: O comércio está entre os setores que mais fecharam vagas no Estado. Foram 2,5 mil postos de trabalho a menos no primeiro mês de 2017
Foto: Foto: José Leomar

Após fechar o ano passado em queda, o mercado de trabalho cearense sofreu um baque ainda forte neste começo de ano, porém um pouco mais leve do que na abertura de 2016. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, mostram que em janeiro foram feitas 31,1 mil admissões e 38,6 mil desligamentos, o que representa uma perda de 7,4 mil postos de trabalho formal. O número supera o de dezembro de 2016 (-6,7 mil vagas). Em janeiro do ano passado, foram 8,1 mil postos a menos no Estado.

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O Ceará registrou o terceiro pior saldo de postos de trabalho formal em janeiro, atrás apenas do Rio de Janeiro (-26,4 mil) e de Pernambuco (-13, 9 mil). Já os melhores números foram constatados nos estados de Santa Catarina (11,2 mil), Mato Grosso (10 mil) e Rio Grande do Sul (8,1 mil).

O resultado de janeiro de 2017 do Ceará é pior do que o do primeiro mês de 2015, ano em que a crise econômica se consolidou. Naquele mês, foram encerrados 6,5 mil postos de emprego formal. Nos últimos doze meses até janeiro deste ano, houve a perda de 36,6 mil vagas, fruto de 399,5 mil contratações e 436, 1 mil dispensas.

A retração do mercado de trabalho no primeiro mês deste ano foi puxada pelos dois principais setores que compõem a economia cearense. O segmento de serviços sofreu uma perda de 2,6 mil vagas de trabalho formal. Já no comércio, houve uma baixa de 2,5 mil postos de trabalho nesse período.

Surpresa

O saldo da atividade comercial surpreendeu o presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de Fortaleza (Sindilojas), Cid Alves, que esperava por uma melhora. "O poder de compra das famílias cai, a gente passa a vender menos, nós não podemos manter nossas despesas e infelizmente o primeiro a sofrer é o trabalhador. É a forma mais rápida que a gente tem de contornar o problema", lamenta.

Alves espera, entretanto, que venham números melhores em maio e junho, quando o Dia das Mães e o Dia dos Namorados costumam animar o comércio. "A gente pode ter números positivos pequenos, em cima de números negativos muito grandes do ano passado", prevê.

Assim como o comércio e o setor de serviços, a indústria de transformação (-896), a agropecuária (-445), a construção civil (-788) e a atividade extrativa mineral (-71) sofreram baixas de emprego. A administração pública fechou apenas 7 postos de trabalho. O setor de serviços industriais de utilidade pública foi o único que teve saldo positivo (14) no emprego formal em janeiro no Ceará.

Resultado nacional

No Brasil, o saldo entre contratados e demitidos ficou negativo (-40,8 mil) em janeiro pelo 22º mês consecutivo. O último resultado positivo no País ocorreu em março de 2015, quando foram geradas 19,2 mil vagas.

Ao contrário do Ceará, o saldo nacional de janeiro deste ano foi melhor que em iguais meses de 2015 e 2016, quando haviam sido encerrados 99,6 mil e 81,7 mil postos de trabalho, respectivamente. Nos 12 meses encerrados em janeiro, o país acumula o fechamento de 1,28 milhão de postos formais de trabalho.

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