Cartão: prazo para pagamentos a lojistas pode cair

Ministro da Fazenda e senadores debateram a medida, que deve constar no pacote de estímulo à economia

Escrito por Redação ,
Legenda: Atualmente, as bandeiras de cartão de crédito levam cerca de 30 dias para repassarem aos comerciantes os valores pagos nas compras
Foto: Foto: Lucas de Menezes

Brasília. Em reunião realizada na tarde de ontem, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, sinalizou que, entre as medidas microeconômicas previstas para serem anunciadas hoje (15), está a redução no prazo para comerciantes receberem compras pagas pelo cartão de crédito.

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"Ainda está em estudo, mas vai ser apresentado algo nesse sentido amanhã", afirmou o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES). O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) lembrou que, normalmente, as bandeiras de cartão de crédito levam 30 dias para repassarem aos comerciantes os valores pagos nessas compras. "Ele disse que deverá ser alterado o prazo de recebimento dos cartões", afirmou o tucano. Tanto Ferraço quanto Tasso participaram do encontro com o ministro realizado no Senado.

No encontro, segundo Jereissati, Meirelles apresentou 17 medidas que serão adotadas pelo Ministério da Fazenda e pelo Banco Central com o objetivo de melhorar o ambiente de negócios para os empresários.

No pacote estão incluídas ações voltadas para a área da construção civil, setor que gera muitos empregos e foi atingido pela crise econômica. "Não há previsão de ser feita nenhuma desoneração. Essa é uma agenda velha", afirmou Ferraço.

O pacote que será anunciado hoje também deverá conter medidas para simplificação e desburocratização de processo de importação e exportação.

Divisão

O encontro com a bancada do PSDB ocorre 10 dias depois de se especular a divisão da equipe econômica com integrantes do partido. Na ocasião, auxiliares de Temer chegaram a realizar diversas conversas com a cúpula do PSDB sobre a possibilidade de a legenda ocupar o Ministério do Planejamento, no lugar do ministro Dyogo Oliveira.

As movimentações, no entanto, acabaram por passar a imagem de enfraquecimento de Meirelles, alvo de críticas nas últimas semanas, principalmente após a queda no Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre de 0,8%. O recuo foi maior do que o previsto e aumentou a pressão sobre a equipe econômica para medidas de recuperação.

Diante da repercussão negativa, Temer saiu em defesa do ministro. A alternativa, então, foi oferecer a Secretaria de Governo para um integrante da bancada do PSDB. Segundo representantes da cúpula do partido, a secretaria seria "turbinada", atuando também em questões federativas. A expectativa é que nos próximos dias o líder do PSDB, Antônio Imbassahy (BA) seja nomeado para o cargo.

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