Bolsa de Valores fica perto da estabilidade, com -0,16%

Escrito por Redação ,
Legenda: Possibilidade de altas nos juros pelo Banco Central dos EUA faz investidores retirarem dinheiro de mercados emergentes como o Brasil

A Bolsa brasileira teve queda de 0,16%, para 85.469 pontos, ontem. O volume financeiro negociado foi de R$ 9,56 bilhões. A possibilidade de altas adicionais nos juros pelo banco central dos Estados Unidos (Federal Reserve) fez o rendimento dos títulos de dívida estadunidense bater 3% pela primeira vez desde janeiro de 2014.

Com isso, os investidores tendem a retirar dinheiro de Bolsa de Valores e de mercados emergentes, como o Brasil, para aplicar nos papéis dos EUA, considerados mais seguros.

Nos mercados estadunidenses, essa possibilidade se traduziu em uma queda de mais de 1% dos principais índices. O índice Dow Jones recuou 1,74%, o S&P 500 se desvalorizou 1,34% e o índice da Bolsa Nasdaq fechou com baixa de 1,70%.

A tendência é que a cautela se mantenha tanto no dólar quanto no mercado acionário, por preocupações geopolíticas envolvendo o acordo nuclear com o Irã. O presidente americano, Donald Trump, já sinalizou que deseja rever os termos do tratado.

"Isso acaba tendo um impacto de curto prazo pela presença e importância do Irã no Oriente Médio. O aumento do petróleo é geopolítico e também devido ao controle de preços pelo corte de produção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo)", diz o analista da Lerosa Investimentos, Vitor Suzaki.

No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados subiram. O DI para julho avançou de 6,249% para 6,253%. O DI para janeiro de 2019 teve alta de 6,225% para 6,235%.

Ações

No índice Ibovespa, 41 ações caíram, 21 subiram e duas fecharam estáveis. A maior queda foi registrada pela Ultrapar, com -3,73%. A Klabin recuou 3,22%, e a BR Malls caiu 2,7%.

Entre as altas, a Qualicorp subiu 5,16%. A Cosan avançou 4,63% após acordo para comprar ativos da Shell na Argentina. E a Cielo se valorizou 3,21%.

As ações da Petrobras fecharam em baixa, em dia de desvalorização dos preços do petróleo no exterior. Os papéis preferenciais da empresa caíram 0,36%, para R$ 22,40. As ações ordinárias tiveram baixa de 0,33%, para R$ 24,27.

Vale ON terminou o dia com alta de 1,71% e respondeu pelo segundo maior volume de negócios na B3, atrás apenas de Petrobras PN. A Vale, que divulga resultado financeiro do primeiro trimestre nesta quarta-feira, 25, foi beneficiada ainda por relatório do Credit Suisse, que elevou o preço-alvo para o papel. As units do Santander, que divulga balanço nesta quarta-feira, subiram 0,15%. Bradesco PN, com balanço marcado para quinta-feira, 26, avançou 0,18%.

Taxas de juros

As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) encerraram a sessão regular de ontem em leve alta e, portanto, em linha com a trajetória do câmbio doméstico. O estresse visto mais cedo, quando o dólar marcou as máximas intraday e os juros acompanharam, desapareceu dos preços do mercado de juros futuros neste fim de sessão. A diferença entre a taxa máxima do dia e do fechamento chegou a seis pontos-base em alguns vencimentos. O DI para janeiro de 2019 encerrou a sessão regular a 6,23% ante 6,224% no ajuste de segunda-feira. O DI para janeiro de 2020 fechou a 6,92%.

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