Atividade econômica fica estável no Ceará

O IBC-CE, considerado como uma prévia do PIB, teve desempenho melhor que a média do Nordeste (-0,5%)

Escrito por Redação ,
Legenda: Para que a economia volte a crescer, é preciso que se retorne a geração de empregos, aponta o Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Ceará
Foto: FOTO: HELENE SANTOS

Fortaleza/Brasília. Após avançar 0,3% de maio para junho, a atividade econômica do Ceará ficou praticamente estável entre junho e julho deste ano, com retração de 0,1%. Os dados compõem o Índice de Atividade Econômica do Banco Central para o Estado (IBC-CE), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), e foram divulgados ontem.

Mesmo com leve queda, o IBC-CE teve melhor desempenho que a média nordestina, cujo índice, IBCR-NE, teve queda de 0,5% entre junho e julho. O indicador cearense teve resultado muito próximo da média nacional (IBC-Br), que também ficou praticamente estável (-0,09%) na passagem de um mês para outro. Os dados são dessazonalizados, isto é, ajustados com base nos impactos de diversos fatores sobre a economia, típicos de determinadas épocas do ano.

Os indicadores divulgados ontem sinalizam para uma recuperação lenta da economia, segundo o vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Ceará (IBEF-CE), Ênio Arêa Leão.

'Retomada lenta'

"A gente já chegou ao fundo do poço e vai começar agora o movimento de retomada, mas vai ser muito lento, pois se trata de um ciclo. Para que as empresas voltem a crescer, é preciso aumentar a demanda (por produtos e serviços). E para aumentar a demanda, é preciso gerar mais empregos", salienta ele.

Leão projeta que, no fechamento deste ano, os índices que mensuram a atividade econômica ainda ficarão negativos, mas prevê números melhores para os próximos dois anos.

"A expectativa é de em 2018 nós voltarmos a crescer. Em 2017, se já estivermos contratando bem e se não acontecer alguma surpresa no cenário político- econômico brasileiro, nós vamos ter crescimento. Esses programas de concessões, (de ativos dos governos estadual e federal) vão durar cerca de um ano até que sejam 'colocados na rua' e comecem a gerar empregos e obras. Vamos ver como é que os investidores vão aderir aos projetos", analisa.

Outras comparações

Na comparação entre os meses de julho de 2015 e deste ano, houve queda na atividade econômica cearense de 5,1%, de acordo com dados sem ajustes, já que trata-se de períodos iguais. Os indicadores nordestino e brasileiro, entretanto, apontam quedas ainda mais intensas, de 5,6% e 5,2%, respectivamente.

No período de 12 meses encerrados em julho, a retração no Ceará ficou em 5,6%, tanto considerando dados dessazonalizados como sem ajuste. No acumulado deste ano, a retração foi de em 5,3% (com ajuste) e 5,5% (sem ajuste).

No Nordeste, o índice acumulado dos 12 meses, sem e com ajustes, teve queda de 5%. No acúmulo dos sete primeiros meses deste ano, o IBCR-NE teve retração, também das duas formas, de 5,1%.

Já com relação ao IBC-Br, em 12 meses encerrados em julho, a retração ficou em 5,65% sem ajustes e 5,61% com ajuste. No acumulado deste ano, as quedas foram de 5,29% e 5,53%, sem e com ajuste, respectivamente.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central é um parâmetro de evolução da atividade econômica e ajuda o Banco Central a tomar decisões sobre a taxa básica de juros (Selic). Ele incorpora informações da indústria, do comércio e serviços; e da agropecuária; além do volume de impostos. O indicador oficial sobre o desempenho da economia é o PIB, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

dsa

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