368 mil cearenses desistiram de procurar ocupação

Escrito por Redação ,
Legenda: Em um ano, cerca de 26 mil pessoas no Ceará ingressaram na parcela de trabalhadores que desistiu de procurar uma vaga
Foto: Foto: Fabiane de Paula

No Ceará, 368 mil pessoas desistiram de procurar emprego. O dado é referente ao segundo trimestre deste ano e engloba trabalhadores que desistiram de buscar uma recolocação no mercado de trabalho porque achou que não conseguiria. O dado consta na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A parcela da população do Estado nessa situação cresceu 7,6% em um ano. Entre abril e junho de 2017, esse número era de 342 mil pessoas - 26 mil a menos que o montante atual.

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Embora a desocupação esteja menor em relação a um ano atrás, a geração de vagas não acompanhou o avanço na população em idade de trabalhar. A taxa de desemprego deixou de aumentar porque cresceu também o desalento, aquelas pessoas que não procuram emprego porque acreditam que não conseguiriam uma vaga, por exemplo.

"É uma situação preocupante, porque, embora a taxa de desemprego tenha reduzido, a de desalentados cresceu. O motivo real para esse recuo foi que muitas pessoas deixaram de procurar emprego", explica Erle Mesquita, analista de mercado de trabalho do Instituto de Desenvolvimento de Trabalho do Estado do Ceará (IDT-CE).

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O País ganhou 838 mil novos desalentados no período de um ano. Em apenas um trimestre, 202 mil pessoas a mais aderiram à situação de desalento.

A população desalentada alcançou o patamar recorde no País de 4,833 milhões de pessoas no segundo trimestre deste ano, um avanço 21% em relação ao segundo trimestre do ano passado. O desalento atingiu o maior patamar da série histórica, iniciada em 2012, em 11 Estados, entre eles São Paulo, com 467 mil pessoas nessa situação, e Rio de Janeiro, onde há 101 mil desalentados.

"A probabilidade de uma pessoa desistir de procurar emprego está muito relacionada ao tempo que ela ficou procurando emprego", lembrou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. Azeredo lembra que a dificuldade de outros integrantes da família de conseguir uma vaga ou notícias na mídia sobre o desemprego elevado já influenciam a percepção das pessoas sobre a dificuldade de encontrar um trabalho. Desde o início da crise, em 2014, o número de pessoas procurando trabalho há mais de dois anos aumentou 162%, para o montante recorde de 3,162 milhões de desempregados nessa condição.

A população inativa, formada por pessoas em idade de trabalhar que nem têm emprego nem procuram uma vaga, alcançou o recorde de 65,642 milhões. Desses, 8,162 milhões são considerados força de trabalho potencial, pois poderiam ou gostariam de trabalhar caso surgisse vaga.

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