Foto: Davi Rocha/SVM
Símbolo de Fortaleza, a Praça do Ferreira surgiu em 1829 com a construção do Ensino Mútuo, onde hoje existe a Caixa Econômica Federal. O local era uma área mal delineada de campo de areias sem nenhuma urbanização, conhecido como “Praça das Trincheiras”
Em 1871, foi nomeada em homenagem ao tenente-coronel Antônio Rodrigues Ferreira, o Boticário Ferreira. Ele foi um político influente que chegou à cidade em 1825
Foi a primeira transformação realizada na Praça. Uma das alterações foi a retirada dos quatro quiosques que abrigavam o Café Java, o Café do Comércio, o Café Elegante e o Restaurante Iracema
Esses locais eram conhecidos pela efervescência intelectual. No Café Java, nasce um dos principais movimentos literários do Ceará: a Padaria Espiritual, que publicavam no jornal 'O Pão'
No lado da Praça voltado para a Rua Floriano Peixoto, um cajueiro era local de reunião dos habitantes para compartilhar 'histórias e causos'. Em todo 1º de abril, havia uma sessão de mentiras e a eleição do melhor mentiroso do dia. Ele acabou sendo derrubado em 1920
Essa é uma das histórias mais conhecidas que aconteceu na praça: em 30 de janeiro de 1942, o povo reunido, sem combinação prévia de local ou horário, resolveu vaiar o sol
O sol havia sumido por três dias seguidos, dando lugar à chuva e ao céu cheio de nuvens. Quando apareceu, recebeu uma grande vaia que entrou para a história do humor cearense
Na segunda grande reforma, o prefeito da época mandou demolir um coreto construído por Godofredo Maciel e, em substituição, surge a Coluna da Hora, um grande relógio em quatro faces
Além disso, foram feitas a remodelação dos canteiros e a construção de novos, a instalação de duas faixas de piso em mosaico cimentício com padronagem geometrizada, criando faixas que interligavam os canteiros e bancos.
Nessa restruturação, a praça foi demolida e reconstruída, com ampliação da área total. A Coluna da Hora foi retirada e canteiros elevados foram construídos
A última modificação realizada no logradouro aconteceu há 22 anos. O projeto arquitetônico foi assinado por Fausto Nilo e Delberg Ponce de Leon, e tinha como objetivo resgatar a praça de sua primeira inauguração em 1933.
Foi instalada uma nova Coluna da Hora, com 13 metros de altura, e 74 árvores foram transplantadas do horto municipal para a praça.
Após 34 anos, o logradouro passa por uma revitalização que busca manter a estrutura original, mas com atualizações e acessibilidade. Novos quiosques, reforma da fonte da Coluna da Hora e a construção de banheiros estão previstos
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