Saiba quem são os detentos que fugiram de presídio de segurança máxima em Mossoró

O ministro da Justiça e Segurança Pública anunciou novas medidas de segurança em presídios federais

Legenda: Fugitivos foram identificados como Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, ambos do Acre
Foto: Reprodução

Dois detentos do presídio de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte (RN), fugiram na manhã da última quarta-feira (14). A fuga ocorreu enquanto Deibson Cabral NascimentoRogério da Silva Mendonça estavam tomando banho de sol. As câmeras de segurança não estavam funcionando e os tetos da penitenciária não ofereceram resistência à dupla. 

O caso está sendo investigado pela Polícia Federal. "Estamos atentos, operantes e todos os esforços estão sendo voltados para recaptura", afirmou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, nesta quinta-feira (15). 

Ambos os fugitivos estavam presos desde 27 de setembro de 2023, no RN, sendo detidos após participarem de uma rebelião no presídio Antônio Amaro Alves, em Rio Branco, no Acre, em julho de 2023. Na época, cinco detentos morreram, com três sendo decapitados.

Quem são os criminosos?

Os detentos que fugiram foram identificados como Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, e Rogério da Silva Mendonça, 35 anos. Ambos são naturais do Acre, e respondem por crimes como roubo, tráfico de drogas, organização criminosa e homicídio.

Eles são membros do alto escalão de uma facção criminosa de origem carioca, tendo atuação nacional e internacional.

Deibson Cabral, também conhecido como "Tatu" ou "Deisinho", está ligado em 34 processos na Justiça do Acre. Ele responde por crimes como formação de quadrilha, tráfico de drogas e roubo e já foi condenado a 33 anos de prisão.

Rogério da Silva, o "Martelo", responde processos pelos crimes de homicídio qualificado, roubo e violência doméstica. Ele foi condenado a 74 anos de prisão, repondendo a mais de 50 processos, e tem uma suástica (símbolo do nazismo) tatuada na mão.

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Mobilização para recaptura dos fugitivos

Durante entrevista coletiva, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, detalhou que mais de 300 agentes foram mobilizados para a recaptura dos dois fugitivos. Dentre os eles, estão:

  • 100 agentes da Polícia Federal;
  • 100 agentes da Polícia Rodoviária Federal;
  • 100 agentes das forças policiais locais, como Polícia Civil e Polícia Militar

Além dessa mobilização, foi difundido o alerta vermelho na Interpol, a Organização Internacional de Polícia Criminal, no nome de Rogério e Deibson.

As suspeitas apontam que a dupla esta localizada em um período de cerca de 15 km de distância do presídio. Conforme Lewandowski, é uma zona rural, com muita mata, e os agentes de segurança mantém essa hipótese porque não houve relato de veículos furtados e as câmeras de segurança não identificaram nenhum veículo desconhecido que tenha passado na região. 

"Temos notícias de que uma casa foi invadida, que houve um furto de roupas e comidas, que pode estar relacionada com esses dois fugitivos nessa área em que eles se encontram", acrescentou o ministro.

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Novas medidas de segurança

Os protocolos de penitenciárias serão revisados após a fuga dos dois detentos. De forma imediata, Lewandowski determinou, na quarta-feira (14), o afastamento da direção da Penitenciária Federal de Mossoró.

Além disso, há novas medidas de segurança que devem ser efetivadas no prazo mais curto possível nos cinco presídios federais. Confira:

  • Modernização de vídeo monitoramento;
  • Aperfeiçoamento do controle de entrada dos presídios, com adoção sistema de reconhecimento facial de todas as pessoas que ingressam no sistema prisional (incluindo presos, visitantes, autoridades, advogados, etc);
  • Ampliação o sistema de alarmes e sensores de presença;
  • Requisição a nomeação de 80 policiais já aprovados em concurso público para reforçar equipes de segurança dos presídios;
  • Construção de muralhas em todos os presídios federais, a exemplo do que foi feito na unidade do Distrito Federal.

Conforme Lewandowski, as medidas precisam passar por um processo burocrático e licitatório, exigido pela lei, antes de serem adotadas.