Mulher que 'mora' com a mãe no McDonald's abre vaquinha e pede ajuda: 'Dar início aos meus projetos'

Bruna Muratori afirma que quer arrecadar R$ 10 mil

Escrito por Redação ,
Bruna Muratori. Mulher que 'mora' com a mãe no McDonald's abre vaquinha e pede ajuda: Dar início aos meus projetos
Legenda: Jovem e a mãe estariam usando as instalações da franquia há cerca de um mês
Foto: reprodução/redes sociais

A mulher que supostamente "mora" no McDonald's do Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro, Bruna Muratori, de 31 anos, abriu uma campanha de arrecadação financeira, nas redes sociais, com objetivo de conseguir dinheiro para pagar uma moradia para ela e a mãe, Susane Muratori, de 64. Ambas usam a franquia como "residência" há cerca de um mês.

Ativa há quatro dias, a vaquinha recebeu a contribuição de nove pessoas, até a manhã desta terça-feira (7), arrecadando cerca de R$ 210. O objetivo final é R$ 10 mil em doações. 

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Na descrição da campanha, Bruna explica que a quantia deverá ser usada para conseguir um apartamento para ela e a mãe, ajudando a pagar "caução ou demais gastos", além de ainda auxiliar a mulher a estudar: "dar início aos meus projetos de formação em paramédica e Direito".

No texto, destaca que, ao contrário do que foi divulgado, ela seria cliente do McDonald's, e não "moradora" na franquia do Leblon. Segundo o jornal Extra, o estabelecimento teria até oferecido uma vaga de emprego a ela, devido à fluência no inglês, que foi recusada. 

"Por conta da repercussão, conheci pessoas maravilhosas e que realmente querem ajudar, o jogo virou. Criando essa vaquinha com ajuda de amigos, idealizo conquistar logo um apartamento, podendo ajudar em caução ou demais gastos", escreveu.

'Preconceito'

Em entrevista ao podcast Fala Guerreiro, Bruna disse que caso dela e da mãe repercutiu pelo "preconceito" dos moradores da região. Segundo ela, o incômodo surgiu porque elas esperavam o estabelecimento abrir para passarem o dia no local.

"Acho que (no nosso caso) chocou a parte que a gente esperava eles (McDonald's) reabrirem. Incomodou de todo mundo ver que pode ser uma decisão de qualquer um, pode acontecer com qualquer um, e pode acontecer com pessoas que nem eles", afirmou na ocasião. 

Conforme a mulher, que já trabalhou em restaurantes, é comum alguns clientes ficarem o dia nos estabelecimentos. 

"Aconteceu um preconceito. Esses moradores do Leblon talvez às vezes também não tenham o que comer dentro de casa, não pagam condomínio, não pagam isso ou aquilo. E a gente sabe que acontece, só tem o status, a estética. Muitas das vezes, estão se fingindo", disse. Então, incomodou porque chamou atenção até por coisas que talvez eles estão passando e não querem que ninguém enxergue". 

Bruna disse que o incômodo parte mais dos moradores, pois os funcionários do próprio McDonald's não se incomodavam com a presença delas. Ambas consumiam no local frequentemente.

Quem são as mulheres que 'moram' no McDonald's?

Mãe e filha informaram que nasceram no Rio Grande do Sul e vivem na capital fluminense há 8 anos. Susana relatou ainda que quer encontrar um aluguel no bairro Leblon por R$ 1.200 e relatou estar visitando apartamentos. 

Bruna ainda negou que estão há três meses no estabelecimento, como foi inicialmente divulgado. "Não é aquele tempo que falam. É um mês, no máximo. Não, não tem nem como (serem três meses), até porque eu estava trabalhando, estava em outro lugar. Então, assim, impossível", disse.

"Sempre que alguma coisa acontece comigo, penso: 'Tem alguém passando algo mais grave do que eu'. Então, não faço tanto drama da situação como as pessoas em si fazem. Para mim, isso estava normal, essa situação toda. E também não era nenhum pesadelo, porque eu sempre trabalhei. Até então, estava trabalhando. Decidi me afastar do trabalho. E era só uma questão de arrumar uma quitinete ou um apartamento de um quarto. Era uma coisa simples para mim".
Bruna Muratori
Professora de idiomas

A uma assistente social do projeto Segurança Presente, Bruna relatou que seu marido estaria em Paris, na França, e que quando ele retornasse, elas alugariam um apartamento. Bruna já teria atuado como professora de idiomas, atendente de hotel e recepcionista de uma padaria no bairro

O marido de Susane mora hoje no Reino Unido. O casal é sócio de uma empresa atacadista de produtos químicos e petroquímicos, em Porto Alegre.

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