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53% dos eleitores querem mudanças na atual gestão de prefeituras no Ceará, diz pesquisa

Neste grupo, estão as fatias da população que esperam do próximo gestor uma “mudança total” ou “quase total”na administração pública

Escrito por Igor Cavalcante , igor.cavalcante@svm.com.br
Pesquisa analisa o desejo de mudança da população cearense em relação às gestões municipais
Legenda: Pesquisa analisa o desejo de mudança da população cearense em relação às gestões municipais
Foto: Nelson Jr./ASICS/TSE

Mais da metade dos cearenses tem um desejo de mudança quando analisa a gestão dos atuais prefeitos do Estado. A constatação é de uma pesquisa realizada pelo Instituto Opnus e divulgada com exclusividade pelo Diário do Nordeste nesta sexta-feira (26).

Os pesquisadores perguntaram o que os cearenses “querem do próximo prefeito ou da próxima prefeita eleita” nos respectivos municípios. Do total de entrevistados, 53% demonstraram desejo de mudança.

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Essa fatia dos cearenses tem 38% de pessoas que querem que o novo gestor “mude totalmente a maneira de administrar do atual prefeito” e 15% daquelas que querem uma mudança de “quase tudo”, mantendo poucas coisas.

O levantamento foi realizado por meio de entrevistas pessoais e domiciliares com 1,7 mil pessoas com 16 anos ou mais em todo o Ceará. O questionário foi aplicado entre os dias 11 e 18 de abril de 2024. A margem de erro da pesquisa é de 2,4 pontos percentuais para mais ou para menos.

Ao todo, 6% das pessoas disseram não saber ou preferiram não responder à pesquisa.

Pela continuidade

Se 53% dos cearenses querem mudança, outros 41% defendem a continuidade do que já está sendo feito nas gestões municipais.

Neste grupo estão os 28% que querem que haja uma continuidade de "quase tudo", com mudanças pontuais, e 13% dos que defendem que o gestor eleito em outubro deste ano “continue totalmente com a maneira de administrar do atual prefeito”.

Diretor técnico do Instituto Opnus, Pedro Barbosa pondera que os dados funcionam como um termômetro para medir o “humor” dos cearenses.

“Como nossa pesquisa traz o recorte do Estado, não é possível trazer indicações individuais, é uma média de que os cearenses estão mais desejosos por uma mudança. Isso é um importante recado para os prefeitos que estão no cargo: ‘será que a população do seu município está querendo mudar?’ Se sim, é preciso planejar como será possível reconquistar esse eleitor para si ou para o candidato à sucessão”
Pedro Barbosa
Diretor técnico do Instituto Opnus

Interesse nas eleições

A pesquisa também indicou que, a menos de seis meses para as eleições, a maioria dos cearenses diz ter baixo interesse no pleito. Estão neste grupo 54% dos entrevistados, sendo 27% de pessoas com “pouco interesse” e 27% de cearenses com nenhum interesse nas eleições.

Por outro lado, 43% dos entrevistados disseram ter algum nível de interesse: sendo 22% de “muito interessados” e 21% de “interessados”. Outros 3% dos ouvidos pela pesquisa não quiseram ou não souberam responder. 

Escolaridade é o fator que mais diferencia o interesse pelas eleições municipais. Na população que possui nível superior, parcela de 59% se declarou interessada ou muito interessada na eleição deste ano (15 pontos acima da média). Por outro lado, entre os eleitores que possuem até o nível fundamental, esse desejo representa apenas 38% (6 pontos abaixo da média).

Outro dado revelado pela pesquisa foi que 58% dos cearenses não lembram em quem votaram para vereador nas últimas eleições. Já ao tratar do voto para prefeito, o "esquecimento" é menor, e 61% da população lembra da escolha feita em 2020.

“A população só fica mais atenta quando a eleição está próxima, a população não está preocupada com os candidatos por enquanto, está preocupada em viver o dia a dia do emprego, do preço dos alimentos, do transporte público”
Pedro Barbosa
Diretor técnico do Instituto Opnus

“Tanto é que, quando vamos fazer pesquisa e perguntamos em quem o entrevistado vai votar, ele não sabe nem quem são os candidatos, mas, se perguntamos como ele avalia a gestão, a saúde, a educação, aí ele tem opinião formada. A política eleitoral não é uma preocupação neste momento, mas a política ao nível de gestão, de entrega, a política que está relacionada diretamente à vida das pessoas”, conclui.

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