Como o baterista Rod Bala se transformou num dos grandes produtores e empresários do forró

O maranhense trabalhou com Wesley Safadão por mais de 10 anos e hoje tem um escritório que administra a carreira de Márcia Felipe, Felipão, Henry Freitas e outros artistas

Escrito por
Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 10:57)

Baterista, compositor, produtor musical e empresário. Rod Bala passou por muitas funções na música. De olhos e ouvidos atentos, viu as oportunidades se agigantarem e ele não hesitou. Mergulhou na carreira musical com determinação. Tinha o sonho de criança, o exemplo do pai-músico, e uma inquietação inventiva que moviam o maranhense que adotou o Ceará como morada.

Conhecido por hits, ele relembrou no episódio desta quinta-feira (6) no Que Nem Tu sua trajetória - desde quando começou a estudar por conta própria em uma bateria feita com latas de ervilha - até agora como um grande empresário, responsável por artistas como Márcia Felipe, Felipão, Henry Freitas, Núzio e outros.

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Rod reconhece que poderia não estar onde chegou por conta do exagero no consumo de álcool no início de sua carreira como baterista. Ele diz que bebia diariamente e por conta do vício assumia comportamentos pouco profissionais. Chegou a ser demitido de banda por conta da bebida. Foi, quando recebeu o convite de Wesley Safadão, para integrar a banda da Garota Safada que a ficha caiu.

Safadão conversou com ele e o convenceu a não beber no trabalho. Apesar da mãe, dona Bill, ser contra a contratação de Rod, o cantor "bancou" o músico e uma amizade surgiu. Não só amizade, mas uma parceria de sucesso para ambos. Rod percebeu que havia uma carência de profissionais ao redor do cantor que despontava nacionalmente. Começou atuando como baterista e uma espécie de peneira com os compositores. Depois, assumiu a função de produtor musical.

O ritmo frenético da agenda de Wesley Safadão obrigava que algumas músicas fossem trabalhadas nos quarto de hotéis, entre show, programas de TV e a estrada. 

"'Camarote' foi montado dentro do camarim antes de subir no palco do Vila Mix. Dia 5 de dezembro de 2014, eu acho. Antes de subir no palco a gente montou essa música, cantou ela.. Com uma semana explodiu e foi a virada de chave dele nacional. Essa música aí explodiu e teve várias outras coisas. Teve outras coisas. 'Fala aqui com a minha mão', eu disse, Wesley, bora que isso aqui é um sucesso. Eu tô imaginando, quando eu disser isso, vai ter aquelas mãos desse jeito aqui ( pra cima). Cante essa música só pra ver se não dá certo. Aí ele ia por mim, cantava a música e batia a mão ali e tal. Aí isso aí tudo ia ganhando aquela moral", relata.

Rod relembrou a virada de chave para se tornar um empresário. Ele conta que focou na carreira da esposa, a cantora Márcia Felipe. Acreditava que ela poderia fazer sucesso nacional, mas esbarrou no preconceito e no machismo da indústria. "Mulher, trabalha com certeza três vezes mais do que o homem na música, entendeu? É desafiador demais pra mulher na música. Eu acho que em tudo, né? Mas eu tô falando da música porque é o nosso ramo", pontua. 

Márcia Felipe tinha até desistido de voltar a cantar depois que pausou a carreira para ter os filhos. Rod começou a fazer seu disco e a costurar seu retorno. Mas não havia quem bancasse uma banda só com voz feminina. Foi aí que ele assumiu a banda e todos os custos. Em poucos meses, o faturamento de Márcia Felipe já pagou os R$800 mil que eles tiveram que desembolsar para startar a banda.

Esse foi o início. Depois veio uma mentoria que apontava que era hora de Rod abrir seu estúdio e fazer seu caminho solo. Depois que Safadão foi para São Paulo e passou a diversificar seus negócios, o maranhense sentiu que era hora de abrir seu próprio negócio. A amizade, ele garante, continua inabalada. Tanto que Wesley sempre participa de trabalhos de Márcia Felipe.

Rod Bala contou também sobre como é o trabalho dos artistas que surgem agora, a ansiedade para emplacar sucessos, os desafios de concorrer com o Brasil inteiro pelas paradas e a alegria de ver nordestinos no top do Spotify.

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