Empresa de jovens cearenses lidera mercado de capas de celular e quer ser 'nova Havaianas'

Fundada e gerida por empresários do Ceará, GoCase investe pesado em Inteligência Artificial, vê faturamento disparar e quer se tornar marca reconhecida globalmente

Legenda: Centro de Distribuição da GoCase, em Minas Gerais
Foto: Divulgação

Uma empresa fundada por cinco jovens cearenses tornou-se um player dominante no acirrado mercado de capas para celulares do Brasil. Criada em 2015, em Fortaleza, pelos sócios Rafael Lobo, Guilherme Nóbrega, Aurelio Furlan, Bruno Bastos e Leonardo Caracas, a GoCase hoje é uma gigante nacional da customização de acessórios, tendo expandido o portfólio para garrafas térmicas, mochilas, malas e outros itens.

O CEO da companhia é Rafael Lobo, um empreendedor que teve outros negócios antes de entrar no ramo das capinhas. O mais famoso deles foi o Pedida de Hoje, um site de compras coletivas voltado para promoções em bares e restaurantes. O negócio foi vendido em 2014 para a Ambev e chegou a ter 1 milhão de usuários (e 300 mil só em Fortaleza).

Veja também

A experiência, conta o executivo, foi crucial para entender o funcionamento das engrenagens do comércio online, uma lição aprendida sobre como atrair consumidores para determinado site ou plataforma.

Nascia, então, a GoCase. "A gente começou com a ideia de vender personalização, expressão pessoal. Percebíamos que as capas no mercado eram feias e sem identidade", relembra Rafael.

De 500 capinhas a 2 milhões

No início, o site vendia 500 capas por mês, um número bem distante dos atuais 2 milhões de artigos ao ano.

"Nós começamos o nosso negócio como uma empresa pequena em um dos piores anos da economia brasileira. E conseguimos crescer", diz, em referência à crise de 2015, quando o PIB brasileiro recuou 3,8%.

Em um mercado muito pulverizado, a palavra-chave da GoCase para se diferenciar dos concorrentes foi customização. A empresa se considera uma marca de moda, por meio da qual é possível personalizar os produtos em milhões de formas distintas.

O centro produtivo fica na cidade de Extrema, em Minas Gerais, onde são customizados dois milhões de produtos por ano. O principal mercado consumidor é São Paulo, que absorve de 40% a 50% das vendas.

Os produtos também chegam ao exterior. Hoje, 15% da receita é internacional, com destaque para os Estados Unidos, onde a companhia cearense quer crescer ainda mais. Os escritórios ficam em São Paulo, Fortaleza e Amsterdã.

'Queremos ser a nova Havaianas'

GoCase
Legenda: Da esquerda para a direita, Leonardo Caracas, Guilherme Nóbrega, Aurelio Furlan, Rafael Lobo e Bruno Bastos, os cinco sócios da GoCase, em registro no escritório da empresa em Amsterdã, na Holanda.
Foto: Arquivo pessoal

"Nossa visão é ser a próxima grande marca brasileira, como Havaianas e Melissa", mira Rafael Lobo, mencionando empresas nacionais de moda que se consolidaram lá fora.

"Entendemos em 2018 que a marca era muito mais do que capa de celular, porque percebemos que o que as pessoas estão comprando é a personalização. Então, começamos a avançar sobre outros produtos", detalha.

Faturamento salta 90%

O faturamento da GoCase saltou 90% no primeiro trimestre deste ano sobre igual período de 2023. A empresa não abre os números absolutos, mas no mercado sabe-se que as cifras são gordas.

Para suprir a demanda crescente, a empresa está ampliando seu parque em Minas, saindo de 2.600 metros quadrados para 4 mil m².

Hoje, as vendas se dividem em um terço para capinhas, garrafas térmicas e malas. A ideia, diz Rafael, é ampliar ainda mais o mix futuramente.

Plano para as lojas físicas

GoCase
Foto: Divulgação/GoCase

A operação hoje é quase 100% online, à exceção de quatro lojas da marca, uma das quais em Fortaleza. O plano é ampliar a presença física nos próximos anos. 

"Estamos focando hoje em escala online para não criar muita complexidade. Quando você cria muita complexidade no desenvolvimento do negócio, você não consegue andar tão rápido. Então, nos próximos 5 anos, deveremos escalar as lojas físicas, mas apenas após ter consolidado nosso mix de produtos"
Rafael Lobo
CEO da GoCase

Inteligência artificial e busca por talentos

A GoCase vem investido forte em implementar uma cultura de uso da inteligência artificial. Em torno de 65% dos atendimentos feitos já são via IA, mas, como enfatiza Rafael, "não é aquele robô chato que não satisfaz o cliente", e sim tecnologia eficiente.

Neste momento de eclosão tecnológica, a companhia busca atrair talentos para consolidar a expansão e ampliar ações inovadoras. Hoje, são 250 colaboradores em diversos estados.

"Estamos precisando de talentos. É uma oportunidade para trabalhar em uma empresa inovadora"

 

 

 

 

 



Assuntos Relacionados