Fruticultores pedem ampliação da zona livre da 'mosca da fruta'

No Ceará, parte dos municípios do Leste do estado, de Morada Nova até Icapuí, é zona livre da "mosca da fruta" Os melões, melancias e bananas que produzem podem ser exportados, e o são.

Legenda: No Ceará, o melão é produzido em áreas livre da "mosca da fruta". Por isto, são exportados para os EUA, Europa, Oriente Médio e até para a Ásia
Foto: Divulgação

Uma parte do Leste e do Sudeste do Ceará é considerada zona livre da chamada “mosca da fruta”, cujo nome científico é “Bactrocera Carambolae”. Trata-se de uma praga quarentenária ausente nos mercados-alvo da fruticultura brasileira.

Nessa área livre – que inclui Aracati, Fortim, Icapuí, Itaiçaba, Limoeiro do Norte, Quixeré, Jaguaruana, Quixeré, Russas, Tabuleiro do Norte e o distrito de Aruaru, em Morada Nova – produzem-se melões, melancias e bananas para exportação. Manter e ampliar as zonas livres da “mosca da fruta” têm sido prioridades dos governos estaduais e, principalmente, da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas).

Pois bem, a “Bactrocera carambolae”, apesar do nome, ataca praticamente todas as espécies de frutas e alguns produtos hortícolas como o tomate, causando enormes prejuízos aos produtores. Esta espécie de “mosca das frutas” encontra-se atualmente nas regiões fronteiriças do Norte do Brasil, notadamente na divisa com a Guiana Francesa e já existem focos nos Estados do Amapá, Roraima, parte de Amazonas e parte do Pará.

Preocupada com esse avanço, a Abrafrutas informa que a praga vem adentrando o País. Se ela for detectada nos polos de produção de frutas do Nordeste e nas regiões do Centro-Oeste, Sudeste e Sul, todas as exportações de frutas do Brasil serão paralisadas imediatamente, uma vez que a “mosca da fruta” está em posição de destaque nas listas internacionais de pragas quarentenárias. É uma das piores pragas que atacam a fruticultura e a horticultura mundiais.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vinha conduzindo, até o ano passado, um trabalho exemplar na contenção dessa praga na divisa do Brasil com a Guiana Francesa e nos focos identificados em estados brasileiros. Todavia, os recursos para a execução desse trabalho tornaram-se escassos.

Assim, corre enorme risco o esforço do Mapa para a manutenção do programa de contenção neste ano de 2024, com o que aumenta a possibilidade de a “mosca da fruta” espalhar-se pelo Brasil todo. Seria, sem dúvida, um desastre sem dimensões para a fruticultura brasileira com prejuízos incalculáveis e custos sociais imensos.

Em documento encaminhado na semana passada ao presidente Lula, a Abrafrutas considera que, pela gravidade da situação, a praga da “mosca da fruta” é um risco grave contra a Segurança Nacional. Por isto mesmo, pede a intervenção do Governo Federal, via Ministério da Fazenda, na liberação de recursos específicos para o programa de combate à praga, algo crucial para a mitigação desse risco.

Contingenciar recursos para esse programa causará um desastre de proporções econômicas e sociais nunca visto na história da fruticultura nacional.

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