Atenção! Cogerh dobrará a vazão do Pacajus para o Pacoti

Uma nova Estação Elevatória será construída no Pacajus, um investimento de R$ 50 milhões. E mais: a SRH investirá neste ano R$ 1,2 bilhão para dobrar o sistema de sifões do Eixão das Águas.

Legenda: Foto aérea de um trecho d Eixão das Águas, que traz água do Castanhão para a RMF
Foto: Governo do Estado / Cigerh / SRH

Em primeira mão! Esta coluna volta ao tema das águas do açude Pacajus, que está vertendo desde a última segunda-feira, mandando para o oceano algo estimado em até 5 m³ por segundo, como disse à coluna um engenheiro especialista em recursos hídricos, conhecedor de todas as bacias hidrográficas do Ceará.
 
A Cogerh, para evitar desperdício maior das águas represadas pelo Pacajus, está bombeando para o açude Pacoti 4 m³ de água por segundo – por meio de uma Estação Elevatória instalada há mais ou menos 40 anos. Essa água, por gravidade ou bombeamento, quando necessário), é transferida do Pacoti para o açude Riachão, de onde é despejada no Gavião, à jusante de cuja barragem ela é tratada e, em seguida, injetada na Rede de Distribuição da Companhia de Águas e Esgotos do Ceará (Cagece).

O Pacajus, que acumula sua capacidade máxima de 240 milhões de m³, está neste momento recebendo as águas do rio Choró, que nasce na geografia de Quixadá e hoje desce em boa enchente. O Pacajus está sendo recarregado, ainda, pelas águas vertidas pelo açude Aracoiaba, cuja capacidade máxima de 163 milhões foi alcançada há alguns dias. 

O consumo de água da população e das atividades econômicas de Fortaleza e de sua Região Metropolitana é de 10 m³/s. Assim, o que a Estação Elevatória do Pacajus bombeia para o Pacoti – através de um canal a céu aberto, construído no tempo da implantação do Canal do Trabalhador nos meses de junho, julho e agosto de 1993 – é insuficiente para atender à demanda da RMF.

Surge a pergunta: o que fazer para melhorar a performance dessa elevatória? Quem responde é o engenheiro Ramon Rodrigues, secretário Executivo da Secretaria de Recursos Hídricos do Governo do Ceará: 

“Construir uma nova elevatória, mais moderna, mais potente, capaz de dobrar para 8 m3/s sua atual capacidade de bombeamento. Isto será, exatamente, o que vamos fazer”. 

O secretário Ramon Rodrigues, em conversa exclusiva com esta coluna, explica que o projeto de instalação da nova elevatória do Pacajus está pronto e nele serão investidos R$ 50 milhões. O edital para a sua licitação está em elaboração e será publicado nas próximas semanas. 

O projeto da nova elevatória do Pacajus insere-se no da duplicação dos sifões do Eixão das Águas, que liga o açude Castanhão ao sistema de açudes que abastecem a RMF, na instalação dos quais será investida uma montanha equivalente a R$ 1,2 bilhão. 

Hoje, adiantou o secretário, há uma linha de sifões cuja capacidade é limitada a 11 m³/s. Será, agora, construída a segunda linha, cuja capacidade será a mesma: 11 m³/s.  Com essa providência, a capacidade de vazão do Eixão das Águas passará para 22 m³/s, mais do que o dobro do consumo da RMF. 

“Eis aí a cereja do bolo, pois o projeto inclui a elevatória do Pacajus”, faz questão de lembrar Ramon Rodrigues.

Do investimento de R$ 1,2 bilhão, financiado pelo BNDES, R$ 500 milhões já estão disponíveis. O restante virá de um novo empréstimo que o Governo do Estado está prestes a celebrar com o mesmo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. 

As autoridades do Governo do Estado responsáveis pela gestão dos recursos hídricos revelaram, em 48 horas, informações estratégicas importantes para quem, na indústria e na agropecuária, pretende investir na ampliação de atuais e na implantação de novos negócios. 

A água na agricultura, na pecuária e na agroindústria é o insumo sine- qua-non. A SRH e sua Cogerh estão aproveitando bem a boa estação de chuvas deste ano para acelerar projetos essenciais ao desenvolvimento da economia primária e secundária do Ceará. 

A duplicação dos sifões do Eixão das Águas e a construção de uma Estação Elevatória do açude Pacajus estão inseridas nessas providências.

A propósito: a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos do Governo do Ceará (Cogerh) decidiu suspender a transfer^wncia de água do açude Castanhão para o sistema de açudes que abastecem Fortaleza e sua Região Metropolitana. 

A Cogerh atendeu a uma solicitação do presidente do Fórum Cearense de Comitês de Bacias, Aridiano Oliveira. 

Com a providência, o Castanhão ganhará volume capaz de garantir água para as cidades jaguaribanas e também para as atividades econômicas do Baixo Jaguaribe .

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