Renúncia de presidente do Conselho Deliberativo escancara crise política que faz mal ao Ceará

Racha entre situação e oposição faz com que, nos bastidores, Ceará viva crise política sem perspectiva de resolução simples

Legenda: O Ceará atravessa um momento de instabilidade
Foto: Thiago Gadelha / SVM

O Ceará vive um momento delicado em vários aspectos. Administrativo, financeiro (que acarreta em problemas jurídicos) e de resultados (com seis jogos sem ganhar). Mas, provavelmente, nenhum destes é o maior problema da instituição, tendo em vista que o clube passar por uma verdadeira crise política. E a renúncia do presidente do Conselho Deliberativo escancara esta crise.

Na carta de renúncia que entregou, José Barreto Filho afirmou que "em 1 ano e 4 meses, trabalhei incessantemente buscando a unificação e a pacificação no conselho, como objetivo primacial do acordo que me levou a presidência tão honrosa do Conselho. Infelizmente não obtive êxito, pois boicotado por uns, que insatisfeitos com os termos do dito acordo, não me davam condições de buscar o que me propunha, e mal-entendido por outros que entendiam que a condução deveria ser diversa, fui me vendo diante de uma situação que não me deu um dia sequer de paz para executar o mínimo que havia planejado para minha gestão".

Este trecho escancara o quanto, hoje, o Ceará é um clube rachado politicamente, com uma clara e ferrenha divisão entre situação e oposição.

E até mesmo quem tente exercer papel de equilíbrio meio ao caos, acaba sendo afetado.

É natural e até importante que em todo clube haja situação e oposição, obviamente. Mas a maneira que esta divisão existe no Alvinegro, hoje, não é salutar. E não faz bem ao clube. Em cada conversa de bastidores, em cada apuração, é possível perceber o quanto o clima político interfere no dia a dia e no andamento dos trabalhos em Porangabuçu. Não existe harmonia entre os lados.

Só quem está perdendo neste clima bélico dos bastidores alvinegros é a instituição. O Ceará Sporting Club tem se desestruturado meio a esta briga. E isto coloca um seríssimo desafio a quem comanda o Departamento de Futebol e à comissão técnica.

Sem entrar no mérito do que defende cada um dos lados, está muito claro que, enquanto não houver um pensamento de unidade, de coalizão, de colocar a instituição acima dos interesses pessoais, o Ceará continuará patinando e acumulando problemas.