País politicamente conturbado

Como se não bastasse a ação demolidora do coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2), ceifando vidas em percentual astronômico, defronta-se a Nação com desarticulações envolvendo todos os Poderes, numa pandemia institucional que obstaculiza a convivência entre as lideranças para a correção de políticas públicas, repondo nos seus lugares candidatos selecionados, criteriosamente, capazes de cumprir o programa de governo com seriedade, dando respaldo ao Primeiro Mandatário para impulsionar o nosso desenvolvimento, em clima pacífico.

Se o vírus pernicioso vem sendo combatido, intensivamente, pelo poder público, em todas as esferas, é indispensável que as Instituições harmonizem-se, sem tardança, projetando o País no contexto internacional, como gerido por líderes conscienciosos do momento atípico, que reclama lucidez e equilíbrio para que a Nação vislumbre alternativas mais prósperas, sem desacertos e incompreensões, que bem longe estão de contribuir para a paz social.

Os desencontros entre Executivo, Legislativo e Judiciário geram insegurança e desalento, apontados pela mídia e transformados em um turbilhão de incertezas, exigindo uma composição que some forças para o resguardo da tranquilidade do povo brasileiro.

Não é demais referenciar o axioma constitucional – que deve ser repetido pedagogicamente -, segundo o qual, “Os Poderes são harmônicos, mas independentes entre si”, preceituação que não pode ficar à margem, em instantes cruciais por que passa o Brasil.

Se é essa a sapiente diretriz preconizada pela Lei Maior, segui-la fielmente é dever indeclinável de todos quantos têm responsabilidade na vida pública nacional.
Dentro dessa conceituação dogmática, cumprida religiosamente, restaurar-se-á a ansiada normalidade a quem faz jus, compenetrando-nos de que – se assim não for, não se obedecerá ao postulado de que “união faz a força...”.

Mauro Benevides
Jornalista e senador constituinte