QUE NEM TU: Felipão fala do impacto da fama na família, 'tretas' do passado e os desafios no forró

No bate-papo, o cantor falou sobre a relação de conflito entre o Forró Moral e a banda Aviões

Legenda: Paraibano ficou conhecido no forró por músicas como "Palhaço' e 'Streapteaser'
Foto: Ismael Soares/SVM

Ele é natural de Campina Grande (PB), mas foi no Ceará que encontrou morada e ganhou o mercado musical do Nordeste. Na ativa no forró, o cantor Felipão segue gravando produções audiovisuais e fazendo shows em diferentes estados. Maduro e dono da própria carreira, ele disputa espaço em um cenário bem diferente da época em que foi ídolo para geração dos anos 2000. 

Em entrevista ao "Quem Nem Tu" desta quinta-feira (28), Felipão reviveu memórias do passado. Ele deu detalhes do que passou entre idas e vidas no forró, além do que viveu no mundo gospel. "Eu tava tão cansando na época que, com 24 anos, eu dizia assim: 'eu vou me aposentar'", detalhou o paraibano.

Outro destaque da conversa com Felipão, com participação de João Lima Neto — colunista de música do Diário do Nordeste — foi o quanto o dinheiro afetou as relações familiares. A carreira do artista foi iniciada por ele junto dos irmãos. O que era para ter sido um começo fácil foi marcado por conflitos. 

A agenda pesada de shows para aproveitar o auge do sucesso fez o cantor enfraquecer fisicamente e psicologicamente. Como fuga daquilo, ele revelou mostrar um Felipão rebelde. "Chegou a um ponto de beber todo dia, bebia mesmo. Terminava o show, eu ia para um barzinho da cidade. Era como se fosse um cara rebelde que tentava chamar atenção, pra ver se faziam alguma coisa". 

Para atender a demanda comercial criada pelos irmãos, o cantor pontuou que chegou a fazer shows com febre, cansado e longe por vários dias da filha. Atualmente, ele vive em harmonia com a família.

Essência perdida pela corrida do mercado da música

Na conversa com os jornalistas, Felipão falou sobre como foi o começo da carreira sem a estrutura de uma produtora musical e comentou o atual cenário do forró.

O forró era muito amador. Ninguém tinha uma fórmula. Hoje, existem agências, produtoras, pessoas de luz, maquiagem... Quando eu voltei em 2017, fizemos um estudo de cores, de roupas, já era um mercado diferente, que andou muito, se profissionalizou
Felipão
Cantor

Em seguida, ele avaliou que o mais natural da música vem se perdendo pela corrida comercial que existe atualmente. "Mas na época, tinha muito do sentimento. Acho que isso fez muito a música boa de antigamente. Hoje, tá todo mundo correndo para acertar o que é comercial e perdendo a obrigação de você buscar a essência mesmo".

No bate-papo, o cantor falou ainda sobre a relação de conflito do passado entre o Forró Moral e a banda Aviões do Forró, a reconciliação com Xand Avião e os desafios atuais para atrair a atual geração que consome o forró.