Severino Souza e o simbolismo da arte

Nascido em Exu (PE), Severino Silva de Souza, 48, desembarcou em Juazeiro do Norte aos seis anos de idade com sua família. Feito Beto Soares, também aos 16 teve o primeiro contato com artesanato através das esculturas de massa epóxi. Resolveu largar tudo para estar no Centro Mestre Noza lixando peças de Francisco Araújo e Francisco Alan. Com seis meses, começou a criar seus próprios trabalhos apenas observando os dois.  

À época, criava umas “barrigudas”, “a mulher nordestina gestante”, como descreve. Por semana, fabricava 40 a 50 imagens e já tinha clientes em Fortaleza. Depois disso, trabalhou com Lampião, Maria Bonita e talhou placas para fazendas. Hoje, prioriza peças de São Jorge e do Divino Espírito Santo. Inclusive, foi por causa do segundo que foi “selecionado” por Ai Weiwei para criar as simbólicas pombas integrantes da exposição do artista chinês, em cartaz em São Paulo até o dia 20 de janeiro.

> Artesanato cearense é presença em São Paulo
> Veja entrevista com Paula Dib
> O artesanato de Beto Soares
> Natan Alves e a valorização do ofício manual
> A curiosa estrada artística de Nil Morais
> Artista plástico Ai Weiwei é descobridor de Brasis

Confira vídeo com Severino Souza:

“A Paula mostrava as peças que tinham pra fazer e os artesões se encaixavam com o que achavam melhor”, explica Severino, que também fez um helicóptero para a mostra. “Não peguei muitas, porque já estava fazendo outras e não queria me comprometer com tantas peças”, justifica. Alguns outros colegas, contudo, contribuíram com cinco a seis itens. 

Além dele, alguns outros artesãos optaram por assinar as peças, fazendo com que suas marcas pudessem circular mundo afora carregando a caligrafia. “Alguns perguntaram se poderiam assinar, mas cada artesão tem o próprio corte. Aonde sua peça estiver, sabe quem fez. Ela deixou a gente à vontade (para assinar ou não)”, acrescenta. 

Serviço
Exposição “Ai Weiwei Raiz”. Até dia 20 de janeiro de 2019 no edifício Oca, Parque Ibirapuera, São Paulo (Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, Ibirapuera). Visitação: de terça a sábado, das 11h às 20h; domingos e feriados, das 11h às 19h. Ingressos: R$ 20 (inteira). 

Contato de Beto Soares:  (88)3511-3133