Após caso de preconceito, amigos criam site de hospedagem para negros e alcançam 45 países
Qualquer pessoa pode cadastrar o imóvel para receber pessoas ou criar um perfil como hóspede. No entanto, as relações devem ser pautadas pelo respeito às diferenças
Buscar um lugar ideal para se hospedar durante uma viagem pode ter a interferência de vários fatores como localização, acomodação, quantidade de quartos e possibilidade da presença de pets. Mas foi em algo fundamental e, por vezes ignorado pelos sites de hospedagem, que se deparou o geógrafo Carlos Humberto da Silva. O carioca sofreu preconceito em algumas experiências, tanto como viajante como anfitrião.
Os acontecimentos negativos serviram como mola propulsora para que ele junto com dois amigos criassem o Diáspora.Black, um site de hospedagem para negros.
Criada no ano passado, a plataforma funciona de forma similar ao Airbnb ou ao Booking. Qualquer pessoa pode cadastrar o imóvel para receber pessoas ou criar um perfil como hóspede. No entanto, as relações devem ser pautadas pelo respeito às diferenças.
"Trata-se de encontrar espaços de pertencimento, da possibilidade de reconhecer valores, ter respeitada sua cultura e sua identidade – de ser acolhido", diz a descrição do site. Casos de discriminação ou assédio não são tolerados, de acordo com a política do negócio.
Atualmente, o Diáspora está presente em 129 cidades de 45 países. As mulheres compõem a maior parcela do perfil dos usuários. Elas correspondem a 68% dos clientes.
A plataforma também facilita passeios e atividades relacionados à cultura afro-brasileira. "Viver a cultura negra é a melhor forma de manter vivo o legado das manifestações culturais e alimentar a nossa alma, fortalecer nossa luta", diz manifesto no site.