Famílias fogem e deixam animais
São Paulo. A dona de casa Fabiana Ribeiro, 38, só pensou em sair correndo quando viu as labaredas de fogo caindo da ocupação onde ela, a filha, a neta e o marido moravam, no primeiro andar do edifício Wilton Paes de Almeida. "Ouvi um 'bum' seguido de outro 'bum'. Catei minha neta, gritei para o meu marido e minha filha e saímos sem nada, mas com a nossa vida de lá".
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Bichos
Deitada em um colchão doado, a auxiliar de limpeza Marta da Cruz, de 54 anos, olhava para canto nenhum. "Não consegui pensar em nada", ela diz, ainda atônita com o incêndio. "Deixei celular, dinheiro, tudo".
Uma gatinha, de 1 ano, chamada Menina, também ficou para trás. "Tentei pegá-la, mas ela corria", diz Marta. Vestida com uma calça de gari, que usava de pijama, a desempregada Jéssica Matos, de 20 anos, teve menos sorte: não conseguiu resgatar o seu cachorro, Spyke, e nem os oito gatinhos "Acordei com a minha mãe gritando: 'É fogo! É fogo!'", diz. "Fui tentar salvar o cachorro, mas ele, com medo, correu para baixo da cama".