Postura liberal do presidente eleito anima setores produtivos do Ceará
Líderes do Estado apontam oportunidades para cearenses dentro dos planos já mencionados pelo presidente Jair Bolsonaro
Eleito com um discurso pró-mercado, Jair Bolsonaro assume a Presidência em 1º de janeiro de 2019 com o compromisso de reduzir a burocracia, enxugar a máquina pública, diminuir a carga tributária e prosseguir com a agenda de reformas fiscais. A expectativa, em setores como o do comércio, da agricultura e da indústria de construção civil, é de que o fim do processo eleitoral marque o início de um governo liberal, estimulando a recuperação econômica que teria ficado represada com o clima de indefinição.
"A política já vinha atrapalhando muito a economia em razão de a gente não saber quem seria o presidente. A partir de agora, vamos verificar que atitudes serão tomadas durante o governo", disse Assis Cavalcante, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza. "Para movimentar o varejo, precisamos consolidar a Reforma Trabalhista e fazer a Reforma Tributária. O investidor não pode ficar sujeito a mudanças repentinas na legislação".
Indústria
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Beto Studart, se disse satisfeito com a mudança de governo, mas negou que isso significasse "apoiar Bolsonaro". Segundo ele, a indústria cearense, hoje, vive a expectativa apenas de que o novo presidente do País irá cumprir com as promessas citadas durante a campanha.
Um dos pontos positivos para Studart, apesar do momento de transição, é que o novo plano de governo deverá afastar o modelo antigo, que segundo o próprio presidente da Fiec, não estava mais dando os resultados prometidos.
"Esperamos que o novo governo nos dê sinais de que tudo aquilo que foi colocado na campanha seja materializado. Ao desregulamentar de forma objetiva, as reformas nos levarão a maiores facilidades no mercado, e eu estou satisfeito. Não quer dizer que estou aprovando Bolsonaro, mas sim a mudança", disse Studart.
Agropecuária
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Flávio Saboya se diz otimista com o novo governo, uma vez que o presidente eleito já sinalizou apoio à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). "Nós estamos com muita esperança, porque, no decorrer desse último mês, houve uma aproximação muito grande do Bolsonaro com a CNA. E foi constituído um grupo de trabalho, da Confederação com a equipe do novo presidente, apresentando soluções e discutindo alternativas para o setor", diz. "A gente tem esperança de que ele reconheça a agricultura como um setor importante hoje na vida nacional", destaca.
Construção civil
Já para o setor da construção civil, a expectativa é de que a política econômica liberal fomente investimentos em infraestrutura e habitação, alavancando todo o setor, conforme diz o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará (Sinduscon-CE), André Montenegro. "Nós somos os grandes empregadores do País, que precisa de moradias, de rodovias, de portos. Então, qualquer governante que assumisse o nosso País, teria que tomar providências no sentido de incentivar a construção civil", diz Montenegro.
Para ele, a definição da presidência deve encerrar o clima de insegurança e de instabilidade econômica causada pela indefinição política.