Tráfego elevado transforma Aeroporto em 'case' de sucesso
Terminal de Fortaleza chegou à marca de 6,6 milhões de passageiros transportados no ano de 2018, um crescimento de 11,5% frente a 2017 e superior ao antigo recorde de 2014 (6,3 milhões), ano da Copa do Mundo
O resultado de diversos investimentos realizados no ano passado no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, não demorou a chegar. O tráfego de passageiros no terminal bateu recorde em 2018, transformando-o em um caso de sucesso da política de concessões aeroportuárias no País.
Segundo dados do boletim de tráfego dos aeroportos pertencentes ao grupo alemão Fraport, Fortaleza chegou à marca de 6,6 milhões de passageiros transportados no ano de 2018, um crescimento de 11,5% frente a 2017 e superior ao recorde de 2014 (6,3 milhões), quando a Capital sediou jogos da Copa do Mundo.
Na avaliação de Alessandro Oliveira, pesquisador do Núcleo de Economia do Transporte Aéreo do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (Nectar-ITA), o resultado é excelente, uma vez que o mercado de viagens ainda está se recuperando de uma crise.
"Isso é um indicativo importante de que as privatizações de aeroportos devem ser levadas adiante e que o Aeroporto de Fortaleza está se configurando num caso de estudo e de sucesso", aponta.
Oliveira aponta que os resultados se devem ao reposicionamentos de malha das companhias aéreas e às alianças que foram firmadas, baseadas na expectativa de melhorias que estão acontecendo no terminal. De fato, a inauguração do hub da Air France-KLM e Gol e a ampliação de voos da companhia Latam, entre outras empresas, impulsionaram a movimentação do terminal no ano passado.
Curva ascendente
O tráfego de passageiros na Capital deve continuar crescendo neste ano - conforme o Diário do Nordeste informou no último dia 2, a Fraport estima chegar ao patamar de 8,1 milhões em 2021 e a 9 milhões em 2023, somando um crescimento de 36% do tráfego em cinco anos.
De acordo com o engenheiro aeronáutico Igor Pires, são indícios desse crescimento a intenção da Azul de ampliar sua presença no Estado em 2019, novas operações internacionais - inclusive a já anunciada Air Europa, e nova lei municipal de isenção para empresas com pelo menos um voo internacional por dia. "O ambiente político e econômico é bastante favorável para o setor", avalia.
Além disso, embora a conclusão das obras de reforma e ampliação do terminal tenha ficado para maio de 2020, elas já estarão bem mais avançadas neste ano. "Vai ser muito instigante ver a evolução do Aeroporto quando tivermos a retomada do crescimento. Aí, a questão é o tempo que vai levar a expansão e para a gente não ter um gargalo à medida que a demanda começa a crescer muito forte", destaca Alessandro Oliveira.
Questionado quanto aos efeitos da série de ataques realizados no Ceará para a movimentação turística no Estado, principal indutor do tráfego aéreo no terminal, o pesquisador aponta não haver maiores impactos a curto prazo. "Agora não, porque a maioria das passagens da alta estação já foram compradas, já estão sendo realizadas desde dezembro. O que pode impactar talvez seja a intenção de compra para julho", avalia.