Bactérias encontradas no queijo coalho representam risco à saúde

Crianças, idosos e gestantes incluem o grupo mais sensível às consequências do consumo de queijo infectado, segundo médico

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(Atualizado às 08:31)

Fincado em um espeto de madeira, levemente tostado e exalando um aroma característico que é, para muitos, convidativo. O queijo coalho se apresenta dessa forma na maioria das barracas de praia do Nordeste, onde é mais popular. Em oposição ao sabor que agrada, o laticínio pode apresentar alguns tipos de bactérias nocivas à saúde, caso não atenda aos padrões microbiológicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Dos microorganismos que podem infectar o queijo, Staphylococcus e coliformes fecais são alguns dos menos perigosos, porém, mais comuns. O primeiro é mais comum em infecções originadas na pele, a partir de arranhões, por exemplo. Uma vez ingerido, porém, pode causar intensa infecção intestinal, com vômitos e diarreia. Os coliformes, por sua vez, são naturalmente encontradas no intestino, e podem ocasionar infecções intestinais e urinárias, com náuseas e vômito.

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Caso atinjam a corrente sanguínea, ambas as bactérias podem originar infecções graves, chegando a causar choque séptico, no caso da Staphylococcus. De acordo com o infectologista do Hospital São José e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Anastácio de Queiroz, a maioria das pessoas adultas já desenvolveram anticorpos contra tais tipos de bactérias.

“A preocupação maior é com crianças, que ainda não tiveram contato com esses organismos, pessoas idosas, cuja imunidade envelheceu um pouco, mulheres grávidas e pessoas transplantadas, com Aids, ou que fazem quimioterapia. Esse grupo está muito mais propenso a desenvolver infecções graves”, afirma.

Tratamento

O tratamento das patologias geradas pelos microorganismos depende diretamente da quantidade de alimento infectado que foi consumida, e das condições imunológicas do indivíduo. “O médico deve avaliar o caso como um todo. É recomendado que colham sangue, fezes e urina para identificar a bactéria que está causando o problema. Só depois utilizamos antibióticos, para que não haja interferências no diagnóstico”, explica Anastácio de Queiroz

A recomendação do infectologista é nunca consumir alimentos que não tenham rótulo em suas embalagens, ou que sejam vendidos “em esquinas ou lugares duvidosos”. “Sei que é difícil, pois comer em carrinhos de rua é um hábito. Mas é preciso ter cautela”, ressalta.