Exposição Leonilson é aberta no Espaço Cultural Unifor

Além de retrospectiva, a mostra marca a elaboração do catálogo com a lista completa de obras do artista

Escrito por Redação ,

A mostra reúne 128 obras do cearense, que contam sua trajetória desde o início da carreira, nos anos 1970, até o fim, em 1993, ano de seu falecimento fotos: Kléber A Gonçalves

Foi aberta ontem à noite, no Espaço Cultural da Universidade de Fortaleza (Unifor), a exposição "Leonilson: arquivo e memória vivos", com o trabalho do artista José Leonilson Bezerra Dias. De caráter retrospectivo, a mostra reúne 128 obras do cearense que contam sua trajetória desde o início da carreira, nos anos 1970, até o fim, em 1993, ano de seu falecimento. Organizada pela Fundação Edson Queiroz e pelo Projeto Leonilson, entidade criada por amigos e familiares do artista, a produção fica em cartaz até o dia 9 de julho.

Segundo Randal Pompeu, vice-reitor de extensão da Unifor, a exposição foi desenvolvida especialmente para a Instituição e traz à sociedade trabalhos que marcaram a vida do cearense, alguns deles nunca antes apresentados ao público.

"É uma grande mostra que reúne obras desde as mais recentes até seu primeiro

trabalho. Existem obras que nem mesmo a irmã de Leonilson conhecia. O papel da Universidade como agente cultural é fazer com que esse artista e essas produções sejam conhecidos e reconhecidos por toda a sociedade", afirma o vice-reitor.

Segundo o curador da Exposição, Ricardo Resende, o trabalho do artista é diverso, tanto em temática quanto em formato. "Ele experimentava linguagens. O público vai poder ver desenhos que ele fez nas aulas de modelo vivo, no começo da carreira, pinturas, instalações e bordado, que é o suporte que ele usa mais no fim da vida, nos anos 90", frisa.

Catálogo

Além de retrospectiva, o curador destaca que a mostra também é comemorativa, uma vez que marca a elaboração do catálogo com a lista completa de obras de Leonilson. Patrocinada pela Fundação Edson Queiroz, a publicação deve ser lançada no próximo mês de maio. "O catálogo vai ter tudo sobre a obra do artista. Em torno de 3.800 registros da nossa pesquisa vão compor a publicação", acrescenta.

A irmã do cearense e presidente do Projeto Leonilson, Ana Lenice Dias, ressalta o teor autobiográfico da produção do artista e salienta que, a partir da exposição, o público poderá ter maior dimensão não só sobre o trabalho, mas também sobre a vida de Leonilson. "O trabalho do Leonilson era muito ele. Ele se colocava inteiro nessas obras, trabalhava intensamente. A coisa mais difícil era vê-lo parado", diz. "Na exposição, nós podemos ver a parte das cores, mais viva, mais infantil, e a parte mais tranquila, mais delicada", completou.

José Leonilson Bezerra Dias iniciou a carreira em 1971, aos 14 anos de idade, com a obra "O Peixe", em cartaz na mostra da Unifor. Encerrou sua trajetória em 1993, com 36 anos, produzindo uma instalação para a Capela Morumbi, em São Paulo.

Dentre os destaques da exposição aberta ontem está a escultura de um vulcão intitulada "Boa Viagem", criada pelo artista em 1986 e instalada na área externa da Universidade, e a pintura "O Peão", de 1987, que abre a mostra da Instituição.

Inauguração

A abertura de "Leonilson: arquivo e memória vivos" marca, ainda, a inauguração da expansão do Espaço Cultural Unifor. Randal Pompeu explica que houve ampliação de 600 m² na área de exposição, iniciativa promovida para criar um ambiente propício a receber grandes produções, a exemplo do trabalho de Leonilson. Para o vice-reitor de extensão, a exposição também contará com uma área de arte-educação, onde o público terá a chance de produzir bordados com base no trabalho do cearense.

Mais informações:

Exposição "Leonilson: arquivo e memória vivos". Em cartaz até o dia 9 de julho, no Espaço Cultural Unifor. Visitação de terça a sexta, e aos sábados. Aberta ao público.

Frases

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"Leonilson tem uma obra variada, com temáticas e suportes diversos. Ele experimentava várias linguagens"

Ricardo Resende
Curador da Exposição

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"Leonilson se colocava inteiro nas obras. Na mostra, vemos o teor da alegria, das cores, e também da doença"

Ana Lenice Dias
Presidente do Projeto Leonilson

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